O Facebook considera acrescentar um botão para se juntar ao “gosto”, de acordo com o seu fundador, Mark Zuckerberg.
Numa sessão de perguntas e respostas na sede do Facebook, na Califórnia, Zuckerberg disse que o botão “não gosto” é uma das funções mais pedidas pelos utilizadores do site. No entanto, o empresário afirma que a empresa está a tentar encontrar uma forma de fazer com que a ferramenta não se torne uma maneira de humilhar os autores dos posts.
“Uma das coisas nas quais temos vindo a pensar há algum tempo é qual seria a maneira certa de fazer com que as pessoas possam expressar mais emoções facilmente”, afirmou Zuckerberg.
“Muitas vezes as pessoas partilham momentos tristes das suas vidas no Facebook, e frequentemene nos dizem que não se sentem confortáveis ao clicar no botão “gosto” em posts tristes dos outros, porque não é o sentimento apropriado para aquela notícia”.
Segundo o CEO, os utilizadores da rede social pedem o novo botão “porque querem dizer ‘isso não é bom, isso não é algo que achamos que é bom para o mundo”.
De acordo com números do próprio Facebook, 4,5 mil milhões de “gostos” são feitos todos os dias.
Falsos “likes”
O botão de “gosto” do Facebook é criticado por ser um método pelo qual o site recolhe dados sobre os hábitos de navegação dos seus utilizadores.
O sistema também gerou polémica por causa do alto volume de “falsos likes” – quando a popularidade de uma marca ou conteúdo é aumentada artificialmente.
A empresa tenta combater o mercado chamado de “cultivo de gostos” – empresas que, por um certo valor, oferecem um grande número de “gostos” rapidamente, através de robôs ou de uma rede de pessoas pagas por cliques.
Em julho de 2012, a BBC criou uma empresa falsa, que prometia enviar bagels pela Internet, para mostrar que era possível ganhar milhares de “likes” – apesar de ser claramente falsa.
Nessa situação, muitos dos “gostos” pareciam ser de contas que não eram de pessoas reais, e quase nenhuma delas vinha de lugares como os Estados Unidos ou o Reino Unido, mas sim de países como as Filipinas.
O Facebook já deu início a processos contra empresas que oferecem “falsos likes” e outros serviços fictícios na rede social.
Anunciantes nervosos
Qualquer método mais aperfeiçoado de expressas sentimentos – especialmente negativos – deve deixar os anunciantes do site mais nervosos, segundo Paul Coggins, diretor executivo da agência publicitária Adludio.
“A maior preocupação do Facebook é o rendimento. Eles precisam agradar aos anunciantes. Acho muito difícil que criem apenas um botão que diz ‘não gosto'”, afirmou à BBC.
“Acho que, em vez de ter apenas um ‘gosto/não gosto’, que é um bocado preto e branco, eles devem fazer algo que envolva mais sentimento.”
De acordo com Coggins, novos botões poderiam dar várias opções para que um utilizador mostre como se sente em relação à atualização de alguém na sua rede.
ZAP / BBC