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Crise energética? Portugal é “bom exemplo de estabilidade” nos preços

Em Singapura os preços da energia subiram 300%, salienta o presidente da EDP. “Temos procurado ter sempre os melhores preços possíveis”.

O presidente executivo da EDP, Miguel Stilwell de Andrade, afirmou hoje que a elevada penetração de energias renováveis tem permitido a Portugal ser “um exemplo” de estabilidade de preços para clientes domésticos apesar do contexto internacional volátil.

Em declarações aos jornalistas durante uma visita a um parque solar flutuante em Singapura, o CEO da EDP disse que a evolução dos preços em Portugal, incluindo um aumento médio de cerca de 3% do valor global da fatura de eletricidade dos clientes residenciais da EDP Comercial a partir de janeiro, “é uma coisa perfeitamente estável face ao enquadramento que existe”.

“Por exemplo, agora aqui em Singapura estavam a contar-me que os preços da energia subiram 300%, vemos os preços do gás a subirem e a multiplicarem por 10 vezes”, adiantou.

“Portanto temos procurado ter sempre os melhores preços possíveis e acho que face ao enquadramento que estamos a viver de crise energética Portugal tem sido um bom exemplo, um exemplo, apesar de tudo, de muita estabilidade do preço de energia para os clientes domésticos“.

Stilwell de Andrade explicou que essa estabilidade resulta também da estrutura do mercado de eletricidade em Portugal.

“Temos uma penetração muito grande de renováveis, isso é uma forma de assegurarmos estabilidade de preços, porque no fundo os preços das renováveis é independente dos preços dos combustíveis fósseis, ou seja o preço do gás e do petróleo e do carvão pode subir e descer e os preços dos renováveis tem se mantido fixos e isso é um seguro que agora está a dar um descanso aos portugueses, no fundo está nos a isolar deste crescimento grande, muito expressivo que temos visto nos combustíveis fósseis”, sublinhou.

A EDP anunciou a 23 de novembro que a variação do valor global da fatura da eletricidade dos clientes residenciais inclui não só uma atualização do tarifário da EDP Comercial, refletindo a volatilidade do custo de aquisição de energia e a descida das Tarifas de Acesso às Redes ainda provisórias, como também a melhor estimativa do que será o custo do Mecanismo de Ajuste do Mercado Ibérico de Eletricidade, cujo custo irá variar mensalmente e estará discriminado na fatura de cada cliente.

Em causa está o mecanismo temporário na Península Ibérica para colocar limites ao preço médio do gás na produção de eletricidade, a cerca de 40 euros por Megawatt-hora (MWh), que foi solicitado por Portugal e Espanha devido à crise energética e à guerra da Ucrânia, que está a ser aplicado desde meados de junho.

O CEO da EDP sublinhou que a opção tomada pela energética de estabelecer com clientes residenciais e pequenos negócios contratos a três meses em vez de a um ano, noticiada pelo jornal Público a 03 de dezembro, enquadra-se na estratégia de oferecer flexibilidade durante a crise energética.

“Temos visto muita volatilidade, portanto ter flexibilidade é bom também para os clientes porque permite precisamente reagir em função da evolução dos preços, portanto dar sempre a cada momento o melhor preço aos clientes”, disse Stilwell de Andrade no final da visita ao parque solar que flutua nas águas do estreito que separa o norte de Singapura do sul da Malásia.

A EDP Renováveis (EDPR), detida em 74,98% pela EDP, anunciou a 24 de fevereiro ter completado a aquisição de uma participação de 91% na Sunseap, uma das maiores companhias de energia solar no Sudeste Asiático, por 600 milhões de euros.

// Lusa

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