Será que é possível “matar” os furacões se arrefecermos artificialmente os oceanos?

Apesar de ser uma ideia frequentemente mencionada, o arrefecimento da água do oceano é muito pouco eficaz no enfraquecimento dos furacões, especialmente dada a quantidade enorme de energia que exige.

Os furacões causam muitas dores de cabeça às autoridades, especialmente nas zonas onde são muito frequentes. Muitas vezes são eventos trágicos e mortíferos e mesmo quando não causam vítimas, deixam sempre um rasto de estragos e danos materiais penosos por pode onde passam.

Uma solução que tem sido debatida é arrefecer os oceanos, já que isto reduzir a força do furacão. No entanto, um novo estudo publicado na Communications Earth & Environment descobriu que, mesmo que tivéssemos a capacidade energética para arrefecer as águas, os benefícios seriam muito poucos.

Os investigadores concluíram que usar tecnologia de intervenção para se tentar enfraquecer um furação antes de este chegar seria uma forma extremamente ineficiente de se mitigar o impacto do desastre, escreve o SciTech Daily.

Para chegarem a esta conclusão, os cientistas combinaram teorias de interação ar-mar com um modelo computacional altamente sofisticado da atmosfera, que deu respostas sobre a eficácia do arrefecimento artificial do oceano.

No modelo, os autores arrefeceram em até 2.º C certas partes do oceano com até 260.000 km2 de tamanho. Mesmo com a maior área de resfriamento, os furacões simulados enfraqueceram apenas 15%. A quantidade de energia extraída do oceano para realizar esta pequena redução é mais de 100 vezes a que foi usada em todos os Estados Unidos em 2019.

“O principal resultado do nosso estudo é que seriam necessárias grandes quantidades de água arrefecida artificialmente para haver apenas um enfraquecimento modesto na intensidade do furacão antes de atingir a terra firme”, explica James Hlywiak, autor principal do estudo.

“Para além disto, enfraquecer a intensidade em quantidades marginais não significa necessariamente que a probabilidade de danos e riscos de segurança também diminua. Embora qualquer quantidade de enfraquecimento antes do desembarque seja uma coisa boa, por estes motivos, faz mais sentido direcionar o foco para estratégias de adaptação, como reforçar as infraestruturas, melhorar a eficiência dos procedimentos de evacuação e avançar na ciência em torno da deteção e previsão de tempestades iminentes”, remata.

ZAP //

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