Rangel: “Governo tem tiques de absolutismo inaceitáveis. Os sinais de alarme estão aí”

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ppdpsd / Flickr

Paulo Rangel fala aos jornalistas

Paulo Rangel

Vice-presidente do PSD reforça que António Costa deveria estar a par da contratação de Sérgio Figueiredo. Outros partidos também reagiram.

A situação de Sérgio Figueiredo, que iria ser consultor de Fernando Medina, ministro das Finanças, não agradou ao Partido Social Democrata.

O antigo jornalista, que foi também administrador da Fundação EDP, anunciou nesta quarta-feira que desistiu do cargo, depois da polémica que a sua contratação (e o seu salário) originaram.

Paulo Rangel atacou o Executivo socialista, que “está disposto a usar de forma impune a maioria absoluta“.

O vice-presidente do PSD recordou os casos recentes da Endesa, da ministra da Agricultura e ainda do aeroporto, na decisão do ministro Pedro Nuno Santos de “actuar sozinho numa matéria fundamental para o país e para as próximas décadas, sem conhecimento do Governo”.

Estas quatro situações mostram que o Governo tem “tiques de absolutismo que são inaceitáveis. É fundamental que os partidos políticos e que a comunicação social escrutinem. Os sinais de alarme de abuso da maioria absoluta estão todos aí, ao fim de poucos meses”, continuou.

Rangel quer ouvir António Costa sobre este assunto: “Se o que está em causa é um contrato (de Sérgio Figueiredo) cuja função é avaliar e monitorizar todas as políticas públicas, então evidentemente esta também é uma matéria de gestão do primeiro-ministro, que teria de estar ao corrente deste assunto. Ninguém nomeia alguém para monitorizar e representar o Governo sem o primeiro-ministro saber”.

Reacções dos partidos

André Ventura referiu que o Chega não ficou surpreendido com esta desistência. “Há, no entanto, explicações que continuam por dar”, avisa.

A Iniciativa Liberal defende que esta desistência “não apaga a tentativa e desejo de Fernando Medina em devolver a contratação passada. Não apaga a forma despudorada como o PS usa e abusa do dinheiro dos contribuintes”.

Pelo Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares escreveu que o desfecho era “inevitável” e mostra “como é possível travar os caprichos da maioria absoluta com a mobilização da opinião pública. Mas não absolve Medina de um processo reprovável, nem António Costa de uma desresponsabilização inaceitável”, continua.

João Dias Coelho, do Partido Comunista Português, reagiu: “Ele lá saberá. Mas trata-se de um desfecho natural face a uma decisão baseada em critérios discutíveis, pela forma e pelo conteúdo”.

Já o Pessoas Animais Natureza, por Inês de Sousa Real, salientou o facto de a sociedade portuguesa “estar cada vez mais desperta para este tipo de situações e exigir, por isso, uma maior transparência e rigor por parte de titulares de cargos políticos ou públicos”.

ZAP //

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15 Comments

  1. Passos Coelho pagou 25.000€ por mês ao falecido António Borges como conselheiro para as privatizações, 14.000€ por mês a Sérgio Monteiro como conselheiro para vender o Novo Banco e antes a Ferreira Leite pagou 3 vezes o ordenado de ministra ao diretor especial de finanças Paulo Macedo. E a Tecnoforma? A isto chamam os seus comentadores / opinadores / paineleiros “businesses as usual”. Que figurinha este Rangel. O Medina anda cegueta com as contas. A política real é outra.

    • És exímio na propaganda xuxa. Porque inventas tanto, para chegares aonde queres? A sorrateirice tipo Medina, não te ajuda muito.

      • Olha outro (a)…

        De novo: ELABORE POR FAVOR!

        O que é mentira ou propaganda? Dados…. factos por favor! Ou é só vir aqui mandar postas de pescada?

        Aprendem bem com os marretas do PSD.

    • Não querendo defender ninguém, está a comparar o incomparável. Está a comparar promiscuidade e pagamento de favores com contratações caras. Independente de quem as contratou.

      • E como é que o caro amigo distingue entre «promiscuidade e pagamento de favores», de «contratações caras»?

        Deixe-me lá ver se adivinho: Se for o PS a contratar, é promiscuidade e pagamento de favores. Sendo algum dos partidos de direita que o amigo prefere, tratam-se apenas de contratações caras mas plenamente justificadas (como, por ex, o caso escandaloso do António Borges no tempo do Passos Coelho) . Acertei?

  2. Por os fãs partidário adorarem os seus lideres como se fossem santos é que Portugal nunca irá sair da cepa torta, os actuais políticos querem é o poder a qualquer custo, assim que se apanham no poder governam-se e governam as suas clientelas, essa é que é essa.

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