“Vejo gente a mais a fazer a menos”. Um exaltado Sérgio Costa abordou as dificuldades no incêndio perto de Videmonte.
O incêndio na zona da Serra da Estrela continua a ser o mais preocupante no país.
Já decorre há uma semana e mais de 1.500 operacionais estão no terreno, de acordo com os números da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, actualizados na manhã desta sexta-feira.
O presidente da Câmara Municipal da Guarda estava visivelmente irritado e desagradado ao falar sobre essa situação.
Na RTP3, na noite passada, começou por demonstrar gratidão a quem tem tentado combater os 20 mil hectares de área ardida, mas logo a seguir avisou: “As coisas não estão a correr bem”.
“É preciso assumir as falhas e rapidamente corrigi-las. O que não pode acontecer é as falhas repetirem-se de forma sistemática”, apontou Sérgio Costa.
O fogo junto a Videmonte estava “completamente incontrolável”. E, quando estava a ser questionado sobre o número de meios no terreno, interrompeu a jornalista Carolina Freitas e respondeu: “Não sei, nem quero saber! Permita-me dizer isto: não sei, nem quero saber! Só não os vejo. É verdade!”.
O autarca entende a necessidade rotação dos operacionais, que é “perfeitamente normal”, mas uma das duas frentes do incêndio foi “descuidada” na manhã desta quinta-feira: “Só havia quatro homens a combater as chamas”.
A lista de críticas prolongou-se: “As máquinas de rasto ficam horas a fio à espera para entrar no teatro de operações. Os grupos de operacionais demoraram duas horas e meia desde que chegaram até que começaram a combater as chamas. Isto não pode ser”.
“Não sei se é descoordenação. Mas aquilo que vejo, se calhar, é gente a mais a fazer a menos”, alertou o presidente da Guarda, admitindo que “é possível” que haja demasiadas pessoas a controlar as operações.