Miah Cerrillo não se sente a salvo na escola que foi cenário de tiroteio. Perante membros do Congresso, “só” pediu segurança.
O tiroteio numa escola primária no Texas – mais uma escola nos Estados Unidos da América – continua a deixar sequelas.
Enquanto se discutem e propõem medidas, como a proibição da venda de algumas armas a menores ou a implementação de um imposto especial, quem sobreviveu tenta também mudar a situação.
Nesta quarta-feira, Miah Cerrillo, criança que estava dentro da Robb Elementary School nesse dia, falou perante a Comissão da Câmara dos Representantes do Congresso dos EUA.
Miah tem apenas 11 anos. Estava a ver um filme com colegas de turma; uma professora recebeu uma mensagem e foi rapidamente fechar a porta da sala com a chave, relata o jornal Sol.
Os alunos esconderam-se atrás de mochilas e de secretárias e, quando o autor do crime, Salvador Ramos, entrou com a espingarda, disse “boa noite” à professora, dando-lhe um tiro praticamente em simultâneo.
Seguiram-se tiros na direcção dos alunos. Miah Cerrillo escondeu-se e espalhou sobre o seu corpo sangue de um colega baleado porque pensou que o atirador iria voltar à sala de aula.
“Depois fui para junto da professora (morta), peguei no telemóvel e liguei para o número de emergência. Disse-lhes que precisava de ajuda e pedir que enviassem a polícia para aquela sala”, contou a criança, numa chamada de vídeo.
A polícia local já admitiu que não deveria ter esperado no exterior da escola, durante mais de uma hora.
À pergunta sobre o que deseja agora, Miah respondeu: “Ter segurança”.
“Não quero que isto volte a acontecer”, acrescentou a aluna, que deixou de se sentir a salvo na escola.
Já o seu pai, Miguel Cerrillo, explicou porque foi falar perante membros do Congresso: “Poderia ter perdido a minha filha. E ela não já é a mesma menina pequena com quem eu costumava brincar e correr”.
O tiroteio na Robb Elementary School decorreu no dia 24 de Maio e morreram 21 pessoas – 19 delas eram crianças.