Recorrendo à ironia, Cavaco Silva desafia Costa a fazer “mais e melhor” do que os seus governos maioritários

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Miguel A. Lopes / Lusa

O ex-Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva

O antigo primeiro-ministro e chefe de Estado lembrou alguns dos passos dados pelos seus Governos maioritários e deixou provocações relativamente à relação de Costa com a comunicação social.

As palavras de António Costa na noite eleitoral de 30 de janeiro, quando o PS conquistou a maioria absoluta, ainda ecoam na cabeça de Cavaco Silva. Hoje, o antigo primeiro-ministro e presidente da República assina um artigo de opinião no Observador, onde desafia o atual chefe de Governo a fazer “mais e melhor” do que ele. Em causa está a declaração de António Costa quando afirmou que fazia parte de uma “geração que se bateu contra uma maioria existente que, tantas vezes, se confundiu com um poder absoluto“.

Como resposta, Cavaco Silva enumerou as conquistas dos seus governos, passando pelas revisões constitucionais, a abertura da economia ao setor privado, o processo de integração europeia, as leis de bases do Sistema Educativo e da Saúde, a reforma fiscal e até a a liberalização da comunicação social. “Estou convicto de que o senhor Primeiro-Ministro é capaz de fazer mais e melhor com a sua maioria absoluta e não tem qualquer razão para ter complexos“.

A ironia da mensagem é especialmente visível quando o antigo líder do PSD fala da relação dos dois com a comunicação social. “O senhor Primeiro-Ministro sabe que nunca tive jeito ou apetência para a arte de sedução dos jornalistas e que, ainda hoje, muitos deles não gostam de mim, o que nada me incomoda. Esta é uma área em que V. Exa. é, e continuará a ser, muito melhor do que eu.”

Na parte respeitante aos desafios que o atual Governo enfrenta, o social-democrata lembrou também que durante os seus governos conseguiu a “redução da inflação“, o “aumento real dos salários e das pensões”, uma “elevada taxa de crescimento da economia” e a “aproximação do país ao nível médio de desenvolvimento da UE como nunca mais voltou a acontecer“, lembrou.

Entre outras áreas, deixou críticas à política fiscal praticada pelo atual Governo, que diz ser baseada na iniquidade, ineficiência económica e pela brutalidade da sua carga para o nosso nível de desenvolvimento.” “Estou certo de que V. Exa. atuará melhor do que eu no diálogo com os partidos e organizações sociais e deixará na história da fiscalidade portuguesa uma marca reformista.”

Finalmente, adotou como suas as palavras de António Costa para dizer que ele próprio fez “parte de uma geração que se bateu contra a estatização da economia, a atrofia da sociedade civil e a queda do poder de compra dos portugueses, que se orgulha de ter contribuído para dar um passo significativo na aproximação do país ao nível de desenvolvimento da União Europeia”.

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34 Comments

  1. Cavaco estou à espera da tua justificação para o caso do BPN da casa da Coelha, da Marquise em Lisboa do BES etc.
    Explica tudo para sabermos o honesto que és.

      • Claramente o senhor tem amnésia e não se lembra do comunicado enquanto presidente da república sobre o BES ser um banco estável e são ,dias antes deste ter falido !

      • Ai não que não teve…
        Alias a historia das acções dele e da filha compradas ao Oliveira e costa e depois vendidas com lucro antes do descalabro…
        MUUUUITO BOM….
        São todos iguais, andam todos ao mesmo!
        Essa múmia só me dá vontade de rir.

        • Se está na posse de dados sobre algum ilícito criminal praticado, só tem de fazer uma coisa: apresentar queixa com provas na procuradoria geral da república. E disponibilizo-mo para a auxiliar nessa matéria. Senão, é apenas mais uma peça da repetida campanha de calúnias anti-cavaco, já bem conhecida… O homem é antipático e por vezes mesmo desagradável, mas foi, claramente, melhor primeiro ministro que qualquer outro até à data. Coisa que o PS não consegue digerir.

    • Quando tem de se falar da marquise dá para ver que não tem muitos argumentos contra o homem. Mais valia ter ficado calado.

    • E o negócio das ações que ele próprio comprou ao BPN ? E as nacionalizações feitas no tempo dele, (em que vendeu as galinhas ao preço da uva mijona) e os portugueses ficaram sem galinhas e sem ovos). E as produções que deixamos de produzir em troca de subsídios que acabaram por servir para pagar os produtos importados, produzidos na UE.Esse governou no tempo das “vacas gordas mas bem que emagreceu as vacas”.

      • Plenamente de acordo com a primeira parte. A parte final, como sabe não corresponde à verdade. Nunca como agora veio tanto dinheiro para Portugal. Na altura fez-se obra (mesmo que muitas gente tenha metido ao bolso). Agora nada se vê!

      • Não querendo discutir a sua sapiência acerca da bovinocultura e das dietas preconizadas pelo antigo governante, parece que o resto é tudo um pouco confuso.
        As privatizações eram uma imposição da União Europeia. O Estado não podia manter esses setores. Quanto aos subsídios recebidos, atualmente recebem-se bem mais. E olhe que, goste-se ou não, ele deixou obra. Hoje em dia não vejo nada, muito embora os muitos… mas mesmo muitos… milhões que entram em Portugal. Bem… o outro lá se orientou e agora parece que está no Brasil. O amigo dele até recebia uma avença do Ricardito enquanto era ministro. Terão ido por aí os seus subsídios.

    • Mas já que estamos em maré de amnésias é de lembrar que o dr. Costa vendeu uma casa a perder dinheiro…
      Lembrar também que integrou enquanto MAI o pior de todos os maus governos que a democracia tem tido.

      Não é que Cavaco seja um anjo, que todos sabemos não o ser. Aqui é caso para dizer, “venha o Diabo e escolha”. Por mim, pode levar os dois para “o Diabo que os carregue”

  2. António Costa não é, nunca foi, nem nunca será um reformador.
    Porquê?
    Porque fazer reformas envolve mexer com interesses instalados e por em risco a popularidade. E Costa tem horror à impopularidade.

    • Se calhar agora que tem 4 anos de governação garantida pela frente ele se preocupe mais com fazer o que já devia estar feito visto que daqui a 4 anos ou fez bom trabalho e os portuguese elegem um seu nomeado ou não.
      Mesmo que alguma medidas sejam impopulares o que ele tem de assegurar é que a maioria dos portugueses dentro de 4 anos reconhecem o bom trabalho e sentem que é importante votar para defender a continuidade desse trabalho !!!

        • A múmia era antipática e mesmo desagradável, mas como primeiro ministro, em visão e eficácia, infelizmente não houve, até à data, melhor. O resto é a já habitual chafurdeira de pequena calúnia típica da chicana partidária.

  3. Este sr que está na gaiola, e que ninguem lhe liga, sente necessidade de sair da sua solidão, uma solidão atroz, e vem reivindicar a sua maioria absoluta para dizer:
    Então e eu, ninguém me liga, ninguém fala de mim?

  4. Quando um politico governa apenas a pensar no voto das próximas eleições, nunca fará reformas significativas para bem do País. Não acredito que AC as faça e o indicador mais recente é a nomeação de um elemento para a coordenação da comunicação social, ou seja o lápis azul, mas com contornos mais sublimes.

    • Talvez por isso, a legislatura devesse ter seis (ou oito) anos e não deveria ser possível um segundo mandato. Muitos problemas poderiam resolver-se desta forma.

  5. A esquerda tem a “virtude” de conseguir fazer bullying e campanhas negras contra as figuras do centro ou direita que tiveram sucesso na missão que exerceram, e o centro e a direita ficam complexados com isso e não sabem nem defender os seus nem utilizar a mesma tática de “guerrilha”. E para a esquerda é muito difícil engolir que Cavaco Silva teve duas maiorias absolutas, e sem qualquer dúvida quem já era adulto em 1986 sabe bem a evolução económica e social que o país teve até 1995, indepenntemente de passados 10 anos de governo a popularidae estar naturalmente desgastada, mas não ao ponto de o PS de Guterres ter conseguido uma maioria absoluta nesse ano. Quem ainda andava na creche não sabe do que fala…
    O António Costa está lá vai para 7 anos, e toda a gente admira a evolução que o país teve, a caminho novamente da cauda da Europa…

  6. A maioria dos comentários que aqui se leem são uma palermice total. Só disparates. Vêm falar de marquises e outras coisas porque pouco ou nada tem por onde pegar. Uma tristeza.
    E não se esqueçam: se não fosse o Passos ainda hoje o BES existia e o Ricardito ainda mandava nisto tudo. Essa é que é a verdade! Querer agora dizer que o PSD, através de Cavaco Silva, defendeu o BES é querer ocultar que o BES foi sempre apoiado pelo PS e pelo magnífico primeiro-ladrão 44.
    A declaração que o Cavaco fez foi imprudente, porque acreditou que seria benéfica para a estabilização do sistema financeiro. E até o foi, mas apenas no curto prazo.

    • Tendo a rever-me no seu comentário. Acho que Cavaco foi mais do que imprudente e o seu comunicado lixou a vida a muita gente. O país deveria estar grato a uma figura (que até nem aprecio e em quem nunca votei): Passos Coelho. Foi uma surpresa positiva. Fez o que tinha de ser feito. Custe a quem custar e doa a quem doer, fez o que era preciso. Doutro modo, tínhamos caído na insolvência e, por muito maus que tenha sido – e foi!, teria sido bem pior!

      • O país deveria estar grato a um cobarde traidor incompetente como o Passos?
        Só falta saber qual país… deve ser a China!…
        Portugal não é, de certeza absoluta!!
        Ir além da troika cortando o dobro do combinado no SNS (etc), empobrecer os portugueses e vender o país ao desbarato a interesses estrangeiros deu tão bom resultado que agora o Costa tem maioria absoluta!…

        • Cobarde ? Em quê? Actuou em conformidade com as obrigações impostas ao país pelo acordo negociado pelo Sócrates (esse sim merecedor dos epítetos que usa….)
          Traidor ? A quem actuou e zelou para que o país pudesse sair do esterco em que o Sócrates o deixou ? Tenha senso.
          Queixa-se de cortes do SNS? Pois sabia que no governo pós Paços, do Costa o investimento real no SNS foi inferior ?
          Realidade é uma coisa clubismos partidários e chicana política são outra.
          E que fique claro, nunca votei no Paços, nem aprecio o seu estilo político e ele terá cometido erros. Mas foi ele que nos fez sair do esterco. Só por isso estou e também deveria estar agradecido.

        • Já cá temos o Sr. “Eu” a chamar cobarde a torto e direito a tudo e todos. De tanto usar a palavra cobarde, começo a achar que deve haver por aí um complexo qualquer!? Se não fosse tão triste e pobre a sua atitude, daria vontade de rir. No meio de tão interessante debate, vêm e deixa a sua nódoa. Quase que me apetece dar-lhe os parabéns, pois facilmente ganharia o óscar dos insultos mais infames deste fórum!

        • Caro Eu! Ambos sabemos que neste particular não concordamos. O Senhor tem a sua perspectiva, eu tenho a minha. Devo confessar-lhe dias coisas: a primeira é que nunca dei um chavo pelo Passos Coelho; a segunda é que os anos da Troika foram de longe os mais difíceis da minha vida. Portanto, se há alguém com razões para estar ressentido com o governo Passos/Portas, sou eu! E, não estou! De todo! Fez o que era preciso. E, se foi mais longe do que a Troika, foi para que o país não sofresse durante tanto tempo. E o Costa bem aproveitou em 2015, com a “saída limpa”. E, por último, importa lembrar que, se o Passos foi tão mau e se a Geringonça é que é boa, porque razão ainda não foi revertido o “brutal aumento de imposto”

  7. Já cá temos o Sr. “Eu” a chamar cobarde a torto e direito a tudo e todos. De tanto usar a palavra cobarde, começo a achar que deve haver por aí um complexo qualquer!? Se não fosse tão triste e pobre a sua atitude, daria vontade de rir. No meio de tão interessante debate, vêm e deixa a sua nódoa. Quase que me apetece dar-lhe os parabéns, pois facilmente ganharia o óscar dos insultos mais infames deste fórum!

  8. E quando ele fala no seu idolatrado Patsos e agora no Negro só tenho a dizer que não tenho nada que dizer , porque o que o Cavado disse não vale 1 cêntimo. Governar a sacar foi o reinado do Patsos . Lérias e lérias e tudo o vento levou.

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