A Câmara do Porto submeteu a consulta pública o projeto com alterações ao Regulamento da “Movida no Porto”.
De acordo com a autarquia, o objetivo é obter “contribuições para a harmonização da vida noturna da cidade”, tentar travar o fenómeno do “botellón” e controlar a venda de bebidas ao postigo e o ruído, no período noturno.
Uma das medidas da Câmara do Porto é a utilização de tinta hidrofóbica, usada desde 2017, que protege muros e paredes, repelindo a urina contra o infrator. Será novamente aplicada uma camada, para reativar a sua função.
Ao contrário do que seria de esperar, o “botellón” intensificou-se na pandemia. Com os bares e discotecas fechados, as bebidas continuaram a ser vendidas ao postigo, e esquinas, muros e paredes foram transformadas em casas de banho.
Ana Cláudia Almeida, diretora da Movida, explicou a medida da tinta hidrofóbica à vereação, na última reunião do Executivo. A sua aplicação “será reforçada”, sendo uma das soluções mais eficazes, segundo o Jornal de Notícias.
Já é utilizada em várias cidades europeias, para defender o património urbano, e repele a urina contra o infrator, que fica assim com as calças e sapatos molhados. Permite ainda que os locais sejam facilmente limpos pela autarquia.
Outro assunto referido por Ana Cláudia Almeida foi o “binge drinking” — uma expressão utilizada para descrever o ato de beber álcool apenas com o objetivo de ficar embriagado.
Este fenómeno pode ser controlado, por exemplo, com iniciativas que meçam os níveis de alcoolemia nos estabelecimentos, algo que já é adotado por alguns bares.
Quanto ao consumo de álcool na via pública, a Câmara pouco pode fazer, tendo em conta que a prática não é proibida.
A revisão da Movida traz uma zona de proteção, na qual as medidas em defesa dos moradores serão mais rigorosas. São elas as ruas da Picaria, do Almada e de Ceuta, o Campo dos Mártires da Pátria (Cordoaria), a Calçada das Virtudes e as ruas de Cedofeita e de Mártires da Liberdade.
A Câmara do Porto também referiu a possibilidade de criar ações de sensibilização no espaço público, como a distribuição de um folheto de boas práticas e painéis e outdoors na via pública a pedir silêncio e respeito pelos residentes.
A autarquia indicou ainda outras iniciativas, nomeadamente no melhoramento da iluminação pública nos locais mais problemáticos, a instalação de videovigilância e uma maior fiscalização, mas ainda não é certo se vai acontecer.