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“Devemos aprender com os erros”: o Plano Marshall da Ucrânia

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EPA/Mykola Tys

Economistas já elaboraram o plano para a reconstrução da Ucrânia. Um dos autores do plano deixa detalhes sobre o documento.

A guerra na Ucrânia continua mas já se pensa na reconstrução do país, quando o conflito terminar.

A conhecida organização não governamental já apresentou o relatório intitulado Plano para a reconstrução da Ucrânia, que envolve economistas de diversos países.

É já comparado ao Plano Marshall que foi aplicado depois da II Guerra Mundial. Na altura os Estados Unidos da América auxiliaram financeiramente na reconstrução de diversos países europeus – incluindo Portugal – depois do conflito mais mortífero de sempre.

Agora a União Europeia deverá “substituir” os EUA nesse papel. “No nosso plano, assumimos que a União Europeia (UE) será o actor principal porque, se a Ucrânia e a União Europeia se unirem em algum momento, então justifica-se plenamente dar o papel principal à Europa; a Ucrânia e a UE podem conciliar melhor os seus interesses”, explicou Yuriy Gorodnichenko, um dos autores do documento.

O centro do auxílio está na Europa mas o economista ucraniano acredita que outros países podem contribuir, incluindo os EUA: “Vejo que cada vez mais países estão prontos para participar”.

Há uma diferença cronológica óbvia: o Plano Marshall começou a ser implementado em 1948, cerca de três anos depois do final da II Guerra Mundial; este plano de reconstrução da Ucrânia já foi apresentado.

Porquê? “Primeiro, devemos aprender com os nossos erros. O Plano Marshall ficou pronto alguns anos após o fim da guerra, e durante esses anos a Europa passou por momentos difíceis. Agora sabemos que, se o desenvolvimento do Plano Marshall tivesse sido iniciado antes, muito sofrimento e dor poderiam ter sido evitados. Então, de certa forma, levamos em conta os erros do passado”, respondeu, em entrevista ao portal Meduza.

Além disso, continuou Yuriy, apesar de a guerra ainda estar a decorrer, isso não impede de pensar no futuro da Ucrânia.

Um dos pontos apresentados no documento prevê a adesão da Ucrânia à União Europeia, algo que o economista prevê que se concretize dentro de 5 a 10 anos, embora seja “difícil” fazer estimativas e previsões.

Cada vez mais países estão prontos para ver a Ucrânia como membro da União Europeia: “A balança está a a favor da Ucrânia”.

“A Ucrânia, agora, está a lutar pelos ideais europeus – pela liberdade, pela autodeterminação. Acho que a Ucrânia conquistou seu lugar na União Europeia. Acho que a adesão vai acontecer”, sublinhou.

O plano de reconstrução, avisou o especialista, será “muito complexo, vai exigir muitos esforços organizacionais, de coordenação”. O ideal é, mal a guerra acabe, o plano arranque.

De acordo com as estimativas actuais, serão precisos entre 200 mil milhões a 500 mil milhões de euros.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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3 Comments

  1. o ZAP/Nuno esqueceu-se de mencionar o nome da “conhecida organização não governamental”…
    fora isso, parece-me optimo que já se esteja a preparar a recuperação da Ucrânia.

  2. Do ponto de vista económico e político este plano será para a Europa do Sul uma desgraça, pois fará que o “foco” da Europa agora seja mesmo o Leste.
    As “Bazucas” para estes lados acabaram…
    Muito maus dias, mesmo terríveis, vêm para Portugal…

    • Mais do que isso, Portugal vai ter que se chegar à frente e participar na bazuca para a Ucrânia! Não é só estar de mão estendida a receber dinheiro!

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