José Coelho / Lusa
Autarca de Matosinhos mostrou-se otimista em relação ao processo de discussão, no qual, aponta, o Porto também deve participar.
Luísa Salgueiro reagiu ontem ao final da tarde ao anúncio feito por Rui Moreira da sua intenção de retirar o Porto da Associação Nacional de Municípios Portugueses como mostra do seu descontentamento pela alegada cumplicidade e conivência do organismo com o Governo no que respeita ao processo de descentralização de competências para as autarquias. A presidente da Câmara de Matosinhos admitiu a existência de problemas por corrigir, mas sublinhou que “nos momentos de dificuldade não se abandona o barco, fica-se”.
A responsável defendeu que “juntos” os municípios têm “mais força“, mas recusou estar presa à vontade de um município, mesmo que este seja o segundo maior do país. Luísa Salgueiro defende, por isso que as desavenças devem ser resolvidas em sede própria, “no seio da ANMP“.
De acordo com o jornal Público, Rui Moreira avisou Luísa Salgueiro da sua posição na semana passada, sendo que a votação acerca da mesma deverá acontecer na próxima semana na Assembleia Municipal. A autarca revelou ainda que apelou a Rui Moreira para que não avançasse com a decisão, dado que o processo de descentralização ainda vai agora se iniciou.
“A atual ANMP foi eleita há quatro meses. Nestes quatro meses temos tido a preocupação de percorrer de viva voz todos os autarcas para perceber quais são as suas grandes preocupações”, afirmou a autarca Matosinhos, em conferência de imprensa, nesta terça-feira à tarde e citada pelo mesmo jornal. Garantiu ainda que as preocupações de Rui Moreira serão consideradas e que será do seu melhor interesse que o Porto permaneça na Associação.
“Há um momento em que se pensa de uma forma. Mas, como diria Mário Soares, estamos sempre a tempo de mudar quando é para melhor. Só os burros é que não mudam de opinião. Acho que há sempre ocasião para se mudar.”
A autarca de Matosinhos acrescentou ainda que está a ser feito um caderno de encargos para apresentar ao Governo, para serem corrigidos os “problemas que se têm vindo a verificar”. “Há muitas autarquias que têm problemas financeiros, sobretudo as mais pequenas. Já depois da tomada de posse deste Governo, que está em funções há 12 dias, conversei com o Governo transmitindo as preocupações da ANMP para que possa haver correções”, assegurou.
