Agências de notícias têm avançado ao longo dos últimos dias que alguns dos mísseis disparados em direção ao território ucraniano partiram da Bielorrússia.
A guerra na Ucrânia, provocada pela invasão russa, não impediu as autoridades bielorrussas de realizarem um referendo que, entre outros tópicos, pretendia votar e viabilizar a presença de armas nucleares no seu território. De acordo com as agências noticiosas internacionais, que citam a comissão eleitoral do país, 65,2% dos eleitores votaram favoravelmente à alteração da constituição.
Ainda assim, vale a pena ressalvar que a votação não terá aconteceu segundo princípios democráticos, dado o regime rígido e extremamente controlado do presidente Alexander Lukashenko. Esta alteração vai permitir à Bielorrússia ter armas nucleares pela primeira vez desde que o país as abandonou, depois da queda da União Soviética.
Na noite de ontem, Lukashenko já antecipou que poderia pedir à Rússia que devolvesse as armas nucleares à Bielorrússia. “Se transferirem (o Ocidente) armas nucleares para a Polónia ou Lituânia, nas nossas fronteiras, então recorrerei a [Vladimir] Putin para devolver as armas nucleares que dei sem quaisquer condições“.
O referendo também serviu para reforçar os poderes da Assembleia Popular bielorrussa, criada por Lukashenko e ocupada por membros leais ao regime.
Esta alteração de estatuto – de nação nuclear – já foi comentada por Josep Borrell, alto-representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança. “Sabemos o que significa para a Bielorrússia ser nuclear. Significa que vamos ter armas nucleares ali e esse é um caminho perigoso”, resumiu o diplomata.
A presença da Bielorrússia no conflito da Ucrânia tem sido noticiada por várias agências noticiosas, que dão conta do uso de material bélico, mas também de mísseis disparados a partir daquele país.
Referendo é como quem diz… é tipo as eleições no tempo do Salazar!…