Margem continua a encurtar. PS e PSD separados por 7 pontos percentuais em nova sondagem para as legislativas

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PSD / Flickr; José Sena Goulão / Lusa

Rui Rio, António Costa

Forças políticas de direita partem para a eleição de 30 de janeiro com intenções de voto muito mais vantajosas que em 2019, o que adensa ainda mais o clima de imprevisibilidade dos resultados.

A tendência já estava a tornar-se clara no início  de dezembro — logo após Rui Rio ter visto a sua liderança interna consolidada —, mas, numa altura em que as legislativas estão a apenas um mês de distância, torna-se ainda mais clara. O PSD tem vindo a galgar terreno nas intenções de voto, com os socialistas a perderem dois pontos percentuais face ao mesmo inquérito realizado no mês de novembro. Tal resultado adensa o clima de imprevisibilidade, já que os resultados mostram um PS com intenções de voto superiores aos que efetivamente teve em 2019 e no mesmo ponto em que partiu para essas mesmas eleições: sem maioria absoluta e a precisar de apoios para ver os seus orçamentos aprovados.

No somatório das forças às esquerda e à direita, há uma distância, também, de sete pontos percentuais — nas legislativas de 2019, a diferença era de 19,9 pontos, e no estudo de opinião de novembro de novembro de 19 pontos. A esquerda é, à primeira vista, a principal responsável, se se considerar a queda abrupta do Bloco de Esquerda — desceu de 9,5% (nas últimas legislativas) para 5% nas intenções de voto. Tal como lembra o Expresso, este é uma tendência que já se tem vindo a evidenciar desde o chumbo do Orçamento de Estado para 2021. Já o PAN, também desce, mas a diferença está dentro da margem de erro da sondagem.

À direita, a subida é geral: CDS cresce um ponto face ao mês de novembro; a Iniciativa Liberal chega aos 4% e só o Chega cai, apesar de se manter com intenções de voto muito superiores ao resultado alcançado em 2019. Na antecâmara das eleições de 2019, a direita tinha uma margem de 19 pontos percentuais para encolher face às forças de esquerda para conseguir formar Governo, um objetivo que conseguiu alcançar parcialmente — diminuiu a diferença para metade.

Simpatia e lealdade

Entre os eleitores do PS, 40% afirmam que vão votar no partido indiscutivelmente — mais um ponto que há dois anos. Quanto aos cidadãos sem preferência partidária, apenas 11% assume votar nos socialistas, menos cinco pontos do que em 2019. Do lado de Rui Rio, 26% dos eleitores do PSD são lhe fieis, ao passo que entre os não partidários reúne a preferência de 20% do eleitorado — superando Costa e o seu próprio resultado de há dois anos.

Tal como é habitual nos estudos de opinião pré-eleitorais, também os indicadores relativos à simpatia e às qualidades dos líderes políticos foram analisados, os quais se mantiveram estáveis — o que pode ser uma boa notícia para António Costa. No entanto, é Rui Rio quem mais cresceu no último mês na avaliação geral dos eleitores: passou de 3,7 valores para 4,9, praticamente em cima do ponto neutro e com o seu melhor resultado neste tópico.

Com pontuação negativa e abaixo das de 2019, mas resultados superiores às registadas em novembro (mais 0,2 pontos), estão Catarina Martins e Jerónimo de Sousa. Inês Sousa Real, do PAN, sobe para 3,5 pontos de popularidade, Francisco Rodrigues dos Santos para 3,2 pontos e João Cotrim Figueiredo para 3,1.

No que respeita às características — e comparações — pessoais entre os líderes dos principais partidos, António Costa é considerado mais experiente (65% contra 14%), mais forte (55% contra 20%), mais simpático (53% contra 21%), mais ponderado (48% contra 26%), mais competente (46% contra 26%), e mais preocupado com as pessoas (43% contra 19%). Rui Rio só se aproxima na votação do mais “honesto” (Costa tem 36% e o próprio 21%) e no “mais disposto a dizer o que pensa”, ou seja, frontalidade (suplanta Costa com 41% contra 31%). Ainda assim, e tal como nota o Expresso, em comparação com os resultados de 2019, Rui Rio consegue uma votação mais positiva em quase todos os parâmetros.

ZAP //

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4 Comments

  1. Uma sondagem que aponta Costa como mais honesto que Rio, só pode ser encomendada. Se não dissessem esse absurdo, até passava despercebida a coisa.

  2. Reconhecem que Rio é mais honesto que o Costa mas continuam a dizer que votam Costa (PS)!!! Esta gente critica a corrupção e o compadrio mas, afinal, o que querem é que continue TUDO na mesma e o país sem sair disto: a Irlanda a crescer 40% e Portugal, apenas, pouco mais de 4%. Deve ser da “competência” do Costa!!!!

  3. É irrelevante. Nem Rio nem Costa se propõem realizar as reformas políticas necessárias, por isso em 2023 teremos novas eleições legislativas, a reboque de nova crise financeira, já com todos os impostos para lá dos limites de saturação.

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