Forças políticas de direita partem para a eleição de 30 de janeiro com intenções de voto muito mais vantajosas que em 2019, o que adensa ainda mais o clima de imprevisibilidade dos resultados.
A tendência já estava a tornar-se clara no início de dezembro — logo após Rui Rio ter visto a sua liderança interna consolidada —, mas, numa altura em que as legislativas estão a apenas um mês de distância, torna-se ainda mais clara. O PSD tem vindo a galgar terreno nas intenções de voto, com os socialistas a perderem dois pontos percentuais face ao mesmo inquérito realizado no mês de novembro. Tal resultado adensa o clima de imprevisibilidade, já que os resultados mostram um PS com intenções de voto superiores aos que efetivamente teve em 2019 e no mesmo ponto em que partiu para essas mesmas eleições: sem maioria absoluta e a precisar de apoios para ver os seus orçamentos aprovados.
No somatório das forças às esquerda e à direita, há uma distância, também, de sete pontos percentuais — nas legislativas de 2019, a diferença era de 19,9 pontos, e no estudo de opinião de novembro de novembro de 19 pontos. A esquerda é, à primeira vista, a principal responsável, se se considerar a queda abrupta do Bloco de Esquerda — desceu de 9,5% (nas últimas legislativas) para 5% nas intenções de voto. Tal como lembra o Expresso, este é uma tendência que já se tem vindo a evidenciar desde o chumbo do Orçamento de Estado para 2021. Já o PAN, também desce, mas a diferença está dentro da margem de erro da sondagem.
À direita, a subida é geral: CDS cresce um ponto face ao mês de novembro; a Iniciativa Liberal chega aos 4% e só o Chega cai, apesar de se manter com intenções de voto muito superiores ao resultado alcançado em 2019. Na antecâmara das eleições de 2019, a direita tinha uma margem de 19 pontos percentuais para encolher face às forças de esquerda para conseguir formar Governo, um objetivo que conseguiu alcançar parcialmente — diminuiu a diferença para metade.
Simpatia e lealdade
Entre os eleitores do PS, 40% afirmam que vão votar no partido indiscutivelmente — mais um ponto que há dois anos. Quanto aos cidadãos sem preferência partidária, apenas 11% assume votar nos socialistas, menos cinco pontos do que em 2019. Do lado de Rui Rio, 26% dos eleitores do PSD são lhe fieis, ao passo que entre os não partidários reúne a preferência de 20% do eleitorado — superando Costa e o seu próprio resultado de há dois anos.
Tal como é habitual nos estudos de opinião pré-eleitorais, também os indicadores relativos à simpatia e às qualidades dos líderes políticos foram analisados, os quais se mantiveram estáveis — o que pode ser uma boa notícia para António Costa. No entanto, é Rui Rio quem mais cresceu no último mês na avaliação geral dos eleitores: passou de 3,7 valores para 4,9, praticamente em cima do ponto neutro e com o seu melhor resultado neste tópico.
Com pontuação negativa e abaixo das de 2019, mas resultados superiores às registadas em novembro (mais 0,2 pontos), estão Catarina Martins e Jerónimo de Sousa. Inês Sousa Real, do PAN, sobe para 3,5 pontos de popularidade, Francisco Rodrigues dos Santos para 3,2 pontos e João Cotrim Figueiredo para 3,1.
No que respeita às características — e comparações — pessoais entre os líderes dos principais partidos, António Costa é considerado mais experiente (65% contra 14%), mais forte (55% contra 20%), mais simpático (53% contra 21%), mais ponderado (48% contra 26%), mais competente (46% contra 26%), e mais preocupado com as pessoas (43% contra 19%). Rui Rio só se aproxima na votação do mais “honesto” (Costa tem 36% e o próprio 21%) e no “mais disposto a dizer o que pensa”, ou seja, frontalidade (suplanta Costa com 41% contra 31%). Ainda assim, e tal como nota o Expresso, em comparação com os resultados de 2019, Rui Rio consegue uma votação mais positiva em quase todos os parâmetros.
Uma sondagem que aponta Costa como mais honesto que Rio, só pode ser encomendada. Se não dissessem esse absurdo, até passava despercebida a coisa.
Reconhecem que Rio é mais honesto que o Costa mas continuam a dizer que votam Costa (PS)!!! Esta gente critica a corrupção e o compadrio mas, afinal, o que querem é que continue TUDO na mesma e o país sem sair disto: a Irlanda a crescer 40% e Portugal, apenas, pouco mais de 4%. Deve ser da “competência” do Costa!!!!
” a Irlanda a crescer 40%…”
Hahahahaaa… de que planeta saem estas “personagens”?!…
É irrelevante. Nem Rio nem Costa se propõem realizar as reformas políticas necessárias, por isso em 2023 teremos novas eleições legislativas, a reboque de nova crise financeira, já com todos os impostos para lá dos limites de saturação.