Gouveia e Melo toma posse como Chefe do Estado-Maior da Armada (e já tem uma missão em mãos)

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Miguel A. Lopes/ Lusa

O vice-almirante Gouveia e Melo

O Presidente da República dá posse ao vice-almirante Henrique Gouveia e Melo como novo Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) esta segunda-feira, na sequência da exoneração de Mendes Calado.

Henrique Gouveia e Melo toma posse, esta segunda-feira, como Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA). A cerimónia, restrita devido à situação pandémica, está marcada para as 15h00, no Palácio de Belém, em Lisboa.

Em mãos tem já uma batata quente, que se prende com a nomeação de um militar para ocupar um lugar que está por preencher há meio ano: o de comandante naval.

O Jornal de Notícias lembra que o nome de Oliveira Silva, avançado pelo anterior CEMA António Mendes Calado, foi rejeitado em setembro pelo ministro da tutela. Já Nobre de Sousa, indicado em novembro, ficou sem resposta do Governo.

A resolução do impasse, que se arrasta há já meio ano, é apontada como o motivo que precipitou a nomeação do novo chefe da Armada.

Na quinta-feira, o Conselho de Ministros aprovou a proposta da nomeação do vice-almirante que, até setembro, coordenou a task force da vacinação contra a covid-19 para o cargo de (CEMA), substituindo o almirante Mendes Calado, e que teve “o parecer favorável do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, após audição do Conselho do Almirantado”.

No mesmo dia, Marcelo Rebelo de Sousa indicou que iria “nomear Chefe do Estado-Maior da Armada o senhor vice-almirante Henrique de Gouveia e Melo e promovê-lo ao posto de almirante”.

O Presidente, que é também comandante supremo das Forças Armadas, agradeceu a Mendes Calado o seu empenho enquanto CEMA e anunciou a sua condecoração com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo, mas considerou “ser chegado o tempo” de o exonerar do cargo.

Ainda na quinta-feira, Mendes Calado afirmou, num vídeo publicado no Facebook oficial da Marinha, que deixa a Marinha “não por vontade própria”, assegurando que “até ao último momento” manteve a “mão firme no leme” porque é isso que “mares agitados” exigem.

No dia seguinte, na sexta-feira, o Presidente sustentou que este é “o momento” para substituir o CEMA, uma vez que “fazia sentido esperar pelas leis orgânicas do Estado-Maior-General das Forças Armadas e dos três ramos”.

“E, portanto, parece que é o momento, um novo ciclo político, porque é uma nova orgânica, e funcional, que explica que seja este o momento e não o outro o momento, este o momento da concretização daquilo que havia a concretizar”, defendeu.

O chefe do Estado disse também ter agradecido “muito ao senhor almirante Mendes Calado, porque não só logo no início deste ano se mostrou disponível para encurtar o mandato — que seria mais tarde, isto agora foi antecipado uns meses – como o cumpriu até o fim de uma forma muito brilhante, como toda a sua carreira”.

No mesmo dia, o primeiro-ministro, António Costa, desdramatizou a substituição do CEMA, alegando que havia um entendimento para “uma saída das funções antes” do fim do mandato.

António Mendes Calado é CEMA desde 2018, tendo sido reconduzido para mais dois anos de mandato em 16 de fevereiro deste ano, com efeitos a partir de 01 de março.

Henrique Eduardo Passaláqua de Gouveia e Melo nasceu em Quelimane, Moçambique, em 21 novembro 1960. Ingressou na Escola Naval em 7 setembro de 1979. Passou 22 anos da sua carreira nos submarinos onde exerceu diversas funções operacionais, tendo comandado os submarinos Delfim e Barracuda.

ZAP // Lusa

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4 Comments

  1. Era bom que o Ministro da Defesa fosse alguém com experiência militar, pois paisanos não se dão bem nem compreendem a mentalidade militar.

  2. Muitos Parabéns Merecidos ao Senhor Almirante Gouveia e Melo Chefe Estado Maior da Armada (CEMA). É pena que o Reconhecimento Político e o Mérito não sejam de aplicação universais e generalizados noutros campos do Trabalho (“Factor Determinação” , “Factor Desempenho”). Eu se fosse o atual CEMA, entre outras medidas, iria criar uma estrutura orgânica de Polícia Judiciária especial de Marinha de Guerra Portuguesa para investigar criminalidade interna e combater contra militares prevaricadores e abusadores de Poder Militar. Segundo a minha experiência e conhecimento, no interior das organizações da Armada Portuguesa ainda existe Corrupção, Peculato e Abusos de Poder, manipulação do regime militar para incriminação de militares sem o Direito contraditório e sem o Direito de defesa , discriminação humana, e criminalidade Sofisticada atentado contra Direitos humanos básicos. Não há justiça militar na Armada Portuguesa. Há muito corporativismo entre os Oficiais Superiores na proteção de criminalidade interna na Marinha de Guerra Portuguesa.

  3. Segundo a teoria da criminalidade e das probabilidades, onde há Sociedade militar também poderá existir ambiente para a prática de criminalidade humana, civil e militar. Já há séries de televisão que retratam casos de investigação criminal em ambiente de forças armadas (militares). Se há pedófilos na Igreja. É provável que haja criminalidade por aqueles que deviam estar a proteger e a salvar a população.

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