António Mendes Calado, Chefe do Estado-Maior da Armada exonerado esta quinta-feira, disse no mesmo dia que deixa a Marinha “não por vontade própria”.
O Chefe do Estado-Maior da Armada despediu-se do cargo esta quinta-feira, assegurando que manteve a “mão firme no leme até ao último momento” porque é isso que “mares agitados” exigem.
“Foi uma honra ter sido o vosso comandante. Falta-me tempo e palavras para expressar tamanha gratidão”, disse António Mendes Calado num vídeo publicado no Facebook oficial da Marinha.
“Deixo a Marinha não por vontade própria pois os que me conhecem não entenderiam que abandonasse o leme da nossa Marinha depois de tanto resistir ao temporal que nos assolou nos últimos tempos”, acrescentou.
“Mares agitados exigem mão firme no leme” e Mendes Calado garante que foi o que procurou “fazer até ao último momento”.
Mendes Calado será substituído no cargo por Henrique Gouveia e Melo, vice-almirante que foi responsável pela task force da vacinação contra a covid-19 em Portugal.
A nota da Presidência salienta que, “depois de receber o senhor almirante CEMA, e tendo em consideração a que haverá, muito em breve, legislação orgânica sobre o Estado-Maior-General e os três ramos das Forças Armadas – significando um novo ciclo político e funcional –, entendeu ser chegado o tempo de proceder à referida exoneração”.
Antecipa-se, assim, “alguns meses o termo do segundo mandato”, o que vai ocorrer “de acordo com disponibilidade manifestada” por Mendes Calado.
Depois da indicação do Conselho de Ministros, reunido esta quinta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa não demorou a confirmar Henrique Gouveia e Melo como o próximo chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA).
A tomada de posse terá lugar no dia 27 de dezembro, próxima segunda-feira.
ZAP // Lusa
Presidente e Governo estão a politizar a Armada, o que se lamenta. Este pré-Chefe da Armada foi um bom estratega no controlo da pandemia. Contudo, não me parece ser o Almirante discreto e competente que se espera de um militar. Parte para estas funções de Chefe da Armada muito debilitado, sendo um favor que o poder político incompetente lhe faz. Esta entronização não o dignifica a si nem à Armada. Duvido do respeito que a Armada lhe deva prestar como Chefe. Esperemos que o tempo nos venha a dizer o contrário.