Paulo Sousa tem tudo acertado para ser o próximo treinador do Flamengo, e deverá ser anunciado nas próximas horas pelo clube carioca. A desvinculação do técnico com a seleção polaca, no entanto, parece estar complicada.
O ex-internacional português Paulo Sousa, atual técnico da seleção da Polónia, vai ser o próximo treinador do Flamengo, sucedendo a Renato Gaúcho à frente do clube carioca. Segundo o jornal O Jogo, o técnico já fechou acordo com o Mengão.
De acordo com o Record, as negociações entre o treinador português e o Flamengo estão fechadas, e o anúncio oficial está para breve.
Dirigentes do clube do Rio de Janeiro estão há vários dias em Lisboa, alegadamente para fechar acordo com o treinador do Benfica, Jorge Jesus. As notícias desta quarta-feira indicavam que Jesus se teria encontrado com Marcos Braz e Bruno Spindel, emissários do Flamengo, tendo dito que “sim” a um regresso ao Brasil.
O técnico do Benfica, que não descartou regressar ao Flamengo, realçou no entanto que tem contrato com o Benfica até maio. “Isto não é o que eu quero, ou o que o Flamengo quer. Tenho contrato até maio. Não tenho hipóteses de sair antes”, disse o treinador, que conquistou o Brasileirão e a Libertadores pelo Mengão.
O Flamengo está sem treinador desde o final de Novembro. Renato Gaúcho foi despedido logo após a derrota na final da Taça Libertadores, perante o Palmeiras de Abel Ferreira. O contrato de Renato Gaúcho terminava a 31 de Dezembro deste ano, mas saiu um mês antes.
Na impossibilidade de contratar Jesus, a imprensa desportiva tinha avançado como alternativas para liderar o clube carioca três técnicos portugueses: Carlos Carvalhal, Paulo Fonseca e Paulo Sousa.
A escolha parece ter recaído sobre o selecionador polaco, que tudo indica deverá mesmo ser o próximo treinador do clube rubro-negro.
Federação Polaca recusa pedido de rescisão
Entretanto, o presidente da Federação Polaca de Futebol, Cezary Kulesza, afirmou hoje que recebeu um pedido do português Paulo Sousa para rescindir o contrato de selecionador devido a uma oferta de um clube, algo que foi “recusado firmemente”.
“Hoje fui informado pelo Paulo Sousa que queria rescindir o contrato com a federação polaca por causa de uma oferta de um clube. Este é um comportamento extremamente irresponsável, inconsistente com as declarações anteriores do treinador. Portanto, recusei firmemente”, refere o presidente numa mensagem na sua conta pessoal do Twitter, que foi partilhada pela federação.
Paulo Sousa, que iniciou a carreira nos escalões de formação da seleção portuguesa, assumiu em janeiro deste ano a seleção polaca, depois de já ter treinado vários clubes mundiais.
Ao serviço da seleção polaca, o técnico foi eliminado ainda na fase de grupos do Euro2020, disputado em 2021 devido à pandemia de covid-19, e terminou o apuramento para o Mundial2022 em segundo no grupo I, atrás da Inglaterra, disputando agora o ‘play off’ frente à Rússia, cujo vencedor vai enfrentar a Suécia ou República Checa por um lugar no Qatar.
Jogadores da seleção polaca “furiosos”
Em declarações ao portal Interia, a assessora de imprensa do capitão da seleção polaca, Robert Lewandowski, já deixou bem claro qual o sentimento do avançado em relação à decisão do português.
“O Robert está chocado e surpreendido com as ações do treinador Sousa”, declarou Monika Bondarowicz, citada pelo jornal Record.
Mas, segundo o mesmo jornal desportivo, Lewandowski não foi o único a mostrar a sua frustração. O jornalista polaco Michal Pol citou num programa no YouTube um internacional, cujo nome não quis avançar: “Ele perdeu tudo aos meus olhos. Sinto-me derrotado. Defendi-o tantas vezes e no final recebo este golpe.”
O antigo presidente da Federação Polaca, Zbigniew Boniek, que foi o responsável pela contratação do português, também foi duro nas críticas, em entrevista ao programa “Prawda Futbolu”.
“Sinto-me estranho com esta situação. Fiz dele selecionador nacional. (…) Tenho de dizer que estou incrivelmente enojado e um pouco desapontado”, disse Boniek, citado pelo Record.
O ex-futebolista, que tem 50 internacionalizações por Portugal, treinou também Queens Park Rangers e Leicester, de Inglaterra, Swansea, do País de Gales, Videoton, da Hungria, Maccabi Telavive, de Israel, Basileia, da Suíça, Fiorentina, de Itália, Tianjin Quanjian, da China, e Bordéus, de França.
Paulo Sousa sagrou-se campeão suíço na época 2014/15, pelo Basileia, campeão e vencedor da Taça de Israel em 2013/14, pelo Maccabi Telavive, tendo ainda conquistado a Taça da Liga (2011/12) e a Supertaça da Hungria (2011/12 e 2012/13), pelo Videoton.
Como jogador, o antigo médio defensivo representou Benfica, Sporting, Juventus, Borussia de Dortmund, Inter de Milão, Parma, Panathinaikos e Espanyol de Barcelona.
ZAP // Lusa