TAP demoraria pelo menos 35 anos a gerar lucros para cobrir injeções do Estado

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Na previsão mais otimista, o Estado demoraria pelo menos 35 anos a gerar lucros suficientes para cobrir o dinheiro injetado pelo Estado.

O Orçamento do Estado para 2022, que entretanto foi chumbado no Parlamento, previa uma injeção de mais mil milhões de euros à TAP.

O Programa de Estabilidade já previa uma verba de 990 milhões de euros para apoiar a empresa no próximo ano, a que se somam os 970 milhões de euros já injetados no presente ano.

Estes valores elevam para perto de 2 mil milhões de euros o montante público de apoio à TAP, na sequência dos problemas causados pela crise pandémica.

A TAP demoraria, pelo menos, 35 anos a acumular lucros operacionais equivalentes ao apoio público previsto de quase 4 mil milhões de euros. As contas são apresentadas no livro “Milhões a Voar”, de Carlos Guimarães Pinto, ex-presidente da Iniciativa Liberal e André Pinção Lucas.

“O ridículo de comparar a injeção de dinheiro da TAP às injeções noutras companhias aéreas muito maiores e mais lucrativas, torna-se mais evidente quando analisamos a dimensão relativa das injeções financeiras”, lê-se no livro.

A companhia aérea portuguesa distancia-se bastante das restantes empresas de aviação, como a Air France, a Finnair ou a SAS, que receberam o maior volume de injeções estatais.

As previsões feitas no livro são as mais otimistas, já que assumem que o resultado operacional anual seria igual ao melhor dos últimos 5 anos.

Serão injetados na TAP, no mínimo, cerca de 400 euros por português ou 800 euros por cada português trabalhador, escreve o coautor André Pinção Lucas num artigo publicado no jornal ECO.

O livro responde a sete questões fundamentais sobre a TAP:

  1. Deixaria de haver companhia aérea nacional sem dinheiro do Estado?
  2. A TAP é essencial para o turismo em Portugal?
  3. A TAP é importante para a balança comercial portuguesa?
  4. A TAP é essencial ao emprego?
  5. A TAP é essencial para as receitas de outros setores e do próprio Estado?
  6. É possível um país sobreviver sem uma companhia aérea de bandeira?
  7. A injeção de dinheiro na TAP é comparável a outras injeções em companhias aéreas europeias?

Daniel Costa, ZAP //

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