A terceira candidata mais votada nas eleições presidenciais de domingo no Brasil, Marina Silva, está a negociar o seu apoio ao segundo candidato mais votado, Aécio Neves, tentando incluir algumas de suas ideias no programa de governo do eventual novo aliado.
A ideia é buscar uma saída “programática” – com base no programa de governo de ambos – para não parecer incoerente, conferindo apoio ao candidato mais conservador da disputa, após dois meses a defender uma “nova política”, defendem assessores de Marina Silva, citados pela imprensa brasileira.
Marina Silva também acredita que um possível apoio deve ser fechado com base em projetos comuns e não a partir da negociação de cargos no futuro governo, uma forma de “arranjo político” que ela critica como sendo “velha política” ou a simples “busca do poder pelo poder”.
Entre os pontos em comum de Marina e Aécio estão a reforma política, com o fim do direito à reeleição e ampliação do mandato presidencial para cinco anos, além da redução do aparelho estatal e a reforma tributária.
De acordo com os assessores de Marina Silva, entre as “exigências” que estão a ser negociadas figuram a inclusão de políticas de sustentabilidade e educação integral.
Marina Silva, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), recebeu 22 milhões de votos na primeira volta, realizada domingo, e está fora da segunda volta, que será disputada entre Aécio Neves, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), e a atual presidente, Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT), que obteve 41,6 por cento dos votos.
Durante a campanha, o PT foi o partido que mais atacou Marina Silva e uma possível aliança parece improvável.
No discurso após o anúncio dos resultados finais, na noite de domingo, Marina Silva já tinha dado pistas de que poderia apoiar o segundo colocado, ao declarar que o povo brasileiro “deixou claro” que quer mudanças.
Cogita-se ainda a possibilidade de Marina anunciar seu apoio em nome apenas da Rede Sustentabilidade, organização política criada por ela, caso a aliança partidária que lançou sua candidatura – que inclui ainda outros seis partidos – decida por um apoio à atual presidente.
Em 2010, Marina também ficou como terceira colocada, com 20 milhões de votos, e após tentar negociar tanto com a então candidata Dilma Rousseff, quanto com seu opositor José Serra, a ambientalista preferiu permanecer neutra.
/Lusa
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