As autoridades japonesas temem que estejam mortos os 27 caminhantes que se encontravam no monte Ontake, na região central do Japão, quando se deu a erupção do vulcão, no sábado passado.
Dos 31 montanhistas encontrados em paragem respiratória no topo do monte, foram resgatados 4, já mortos. Já esta segunda-feira, as autoridades japonesas informaram que as equipas de salvamento encontraram mais 5 corpos perto do cume do vulcão
“Encontrámos mais cinco pessoas em paragem cardíaca na montanha”, disse o porta-voz da polícia de Nagano, à agência AFP, usando o termo que os socorristas têm invocado para designar as vítimas que não apresentavam sinais vitais, mas cujo óbito não foi atestado por um médico.
A operação de resgate envolve cerca de 540 pessoas, incluindo polícias, bombeiros e membros do exército, dos quais 60 estavam, esta manhã, no topo da montanha a tentar retirar os corpos.
As tarefas de resgate têm sido dificultadas pela escassa visibilidade e pelos gases tóxicos emanados do vulcão, explica a cadeia televisiva pública NHK.
O monte Ontake, o segundo mais alto vulcão do Japão, é um vulcão activo com altitude de 3067 metros, situado a 100 quilómetros a noroeste de Nagoya, entre as cidades de Gifu e Nagano, na ilha de Honshu.
Estão ainda dadas como desaparecidas 45 pessoas, embora as autoridades acreditem que possam estar em segurança nos abrigos de montanha.
O vulcão começou a expelir fumo, cinzas e rochas na madrugada de sábado e, desde então, continuou a lançar resíduos, segundo a Agência Meteorológica nipónica.
Centenas de pessoas faziam caminhadas no momento da erupção do vulcão, e maioria conseguiu abandonar a área pelos seus próprios meios, ou foram retirados hoje de manhã com a ajuda de helicópteros das Forças de Autodefesa do Japão.
Cerca de 40 pessoas ficaram feridas com diferentes graus de queimaduras e lesões causadas por quedas. O número exacto de pessoas que se encontravam no monte, um destino turístico popular nesta época é ainda desconhecido.
Mais de 500 agentes da polícias, bombeiros e efectivos militares foram mobilizados para as operações de resgate no local. A Agência Meteorológica japonesa adiantou entretanto que “a actividade vulcânica vai continuar” e considera provável que uma nova erupção ocorra, mas estima-se que seja de intensidade baixa.
A última grande erupção do Ontake foi em 1979, quando expulsou cerca de 200.000 toneladas de cinzas; em 1991 aconteceu uma outra erupção, mas de menor amplitude, e em 2007 uma erupção causou uma série de terremotos vulcânicos.
O Japão, que tem mais de cem vulcões activos e latentes, está localizado no chamado Anel de Fogo do Pacífico, uma zona de forte actividade sísmica e vulcânica, com mais de 400 vulcões, dos quais pelo menos 129 continuam activos.
ZAP // Lusa