Decisão surge depois do antigo banqueiro ter admitido, no seu blog pessoal, que se encontra fora do espaço europeu com o propósito de fugir à justiça portuguesa.
A juíza responsável pelo processo em que João Rendeiro foi condenado a 10 anos de prisão efetiva por crimes fraude fiscal, abuso de confiança e branqueamento de capitais mandou emitir, esta quarta-feira, mandados de captura internacional para o ex-banqueiro que, no âmbito deste processo, se deveria apresentar na próxima sexta-feira no Campus da Justiça, em Lisboa. No entanto, a sua equipa de advogados informou o tribunal que tal não irá acontecer.
Segundo avança a SIC, o despacho foi emitido com caráter de urgência e está neste momento a ser formalizado para, posteriormente, seguir para várias polícias, entre as quais Europol, Interpol, PSP e Polícia Judiciária. Segundo a mesma fonte, os mandados têm como objetivo garantir que Rendeiro cumpre prisão preventiva e não as penas de prisão efetiva que já lhe foram atribuídas.
Esta terça-feira, o antigo presidente do Banco Privado Português foi condenado a três anos e seis meses de prisão num processo em que era acusado de burla qualificada, na sequência de uma queixa apresentada pelo embaixador jubilado Júlio Mascarenhas, o qual exigia a Rendeiro e a outros dois antigos administradores do banco uma indemnização de 377 milhões de euros. O diplomata argumenta que foi convencido pela gestora de conta a investir num produto com juros e capital garantido num momento em que a instituição já atravessava sérias dificuldades.
Depois da condenação ter sido conhecida, João Rendeiro recorreu ao seu blog pessoal para admitir que está fora do espaço europeu para fugir à justiça e que não planeia regressar a Portugal, tal como fez anteriormente, já depois de condenado, com conhecimento do tribunal. “No decurso dos processos em que fui acusado efetuei várias deslocações ao estrangeiro, tendo comunicado sempre o facto aos processos respetivos. De todas as vezes regressei a Portugal. Desta feita não tenciono regressar. É uma opção difícil, tomada após profunda reflexão”, escreveu.
Na publicação, o antigo banqueiro atira-se ainda à justiça portuguesa. “Sinto-me injustiçado pela justiça do meu país.”
No somatório das decisões dos três processos em que está envolvido, João Rendeiro está já condenado a 19 anos de prisão efetiva. A condenação mais recente, a desta terça-feira, aponta para três anos e seis meses ; a de julho deste ano, por crimes de falsidade informática e falsificação, resultou numa condenação a cinco anos e oito meses; e a de maio, respeitante aos crimes de fraude fiscal, abuso de confiança e branqueamento de capitais, originou a condenação mais grave, a dez anos.
Hahaha, depois da casa assaltada é que trancas a porta!
Esta juíza percebe muito do assunto, ou será que foi tudo pensado?
Como é que alguém com penas de prisão para cumprir pode viajar para o estrangeiro?
Já sei! Não havia risco de fuga…
Agora há umas medidas de coação novas, do estilo:
– Podes ir onde quiseres e fazer o que quiseres, mas se fores condenado volta a Portugal para seres preso.
E claro que como todos os condenados por burla e falsificação são pessoas honestas, eles voltam sempre para se entregar à justiça, não é?
Se ele foi para um país sem extradição vai-se o mandato para as couves!!!!