O vulcão Cumbre Vieja na ilha de La Palma, nas Canárias, que entrou em erupção no domingo, tem uma nova boca eruptiva, o que obrigou a evacuar mais habitações, informaram as autoridades.
De acordo como Plano Especial de Emergências Devido a Risco Vulcânico das Canárias (Pevolca), a nova boca surgiu durante a noite de segunda-feira, após um novo sismo de magnitude 4,1 na escala de Richter registado às 21h32.
A abertura ocorreu a cerca de 900 metros da principal, tendo sido solicitada a retirada da população de Tacande, na zona de El Paso, onde vivem 704 pessoas, de acordo com a agência de notícias Efe.
A evacuação de Tacande, que ocorreu entre a noite de segunda e esta terça de manhã, eleva para seis mil o total de pessoas retiradas de suas casas devido à erupção do vulcão. La Palma tem cerca de 80 mil habitantes, refere a Reuters.
Mariano H. Zapata, presidente do cabildo de La Palma, adiantou à Cadena SER que “desapareceram” mais de 150 edifícios, muitos deles de habitação
A lava continua a escorrer em direção ao mar. José Antonio Conde, capitão em Santa Cruz de Tenerife, disse à TVE que não existe previsão “exata” de quando a lava chegará ao mar. “Estamos a trabalhar de forma preventiva”, afirmou.
A foz do magma no oceano é um fenómeno que preocupa as autoridades, pois a sua reação com a água salgada provoca nuvens tóxicas.
Por isso, o dispositivo da Proteção Civil será intensificado pois esta reação “pode gerar explosões e emissão de gases nocivos”, segundo o Pevolca.
Os cientistas estimavam que a lava iria chegar à costa por volta das oito horas da tarde desta segunda-feira (hora local). No entanto, a desaceleração no avanço dos rios magmáticos impediu que essa previsão se cumprisse.
Como noticia o El País, quando a língua de lava, que se encontra acerca de mil graus de temperatura, atingir o mar, que tem uma temperatura média de 20 graus, vai ocorrer uma explosão de vapor de água que vai originar uma densa nuvem branca.
No total, existem quatro perigos principais associados ao fluxo de lava para o oceano, segundo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos: o colapso repentino do terreno costeiro e dos penhascos, as explosões desencadeadas por esse colapso, as ondas de água fervente que geram no meio ambiente e, por fim, a coluna de vapor tóxico com ácido clorídrico e pequenas partículas de cristais vulcânicos, escreve o jornal espanhol.
A diretora do grupo de Geociências Barcelona do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), a vulcanóloga Joan Martín, disse à agência Efe que a erupção vulcânica pode durar, no máximo, alguns meses.
Até ao momento, não existem relatos de feridos ou vítimas mortais.
ZAP // Lusa