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Galp recusou proposta para salvar empregos em Matosinhos (mas é Costa quem está “no olho do furacão”)

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Patrícia de Melo Moreira / AFP

O primeiro-ministro, António Costa

O Governo tentou evitar o despedimento colectivo na refinaria da Galp em Matosinhos, desafiando a empresa a pagar uma formação feita “à medida” dos trabalhadores abrangidos. Mas a Galp recusou. Pelo meio, António Costa também leva com as “balas” da esquerda, da direita e dos trabalhadores.

O despedimento colectivo de 140 trabalhadores na refinaria da Galp em Matosinhos, oficializado no passado dia 15 de Setembro, entrou em força na recta final da campanha eleitoral. E foi António Costa quem atirou o assunto para os holofotes, criticando a “total insensibilidade social” da empresa.

O Público avança, agora, que o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) tentou evitar o despedimento colectivo, propondo à Galp a realização de uma formação “à medida” para os trabalhadores abrangidos.

Essa formação “seria paga pela Galp” que deveria também manter o vínculo dos trabalhadores e “assegurar a remuneração” respectiva, como aponta o Público.

Mas “tal solução não foi aceite“, aponta uma fonte do Ministério do Trabalho ao referido jornal.

A proposta terá sido apresentada na última reunião de negociações entre a Comissão de Trabalhadores (CT) da Petrogal, a administração da Galp, a Direcção-Geral do Emprego e das Relações Laborais (DGERT) e o IEFP, em Julho passado.

O IEFP ter-se-á comprometido a “elaborar um programa de formação de activos empregados à medida dos perfis de cada um dos trabalhadores” que vieram a ser despedidos, como nota o Público.

Rio acusa Costa líder do PS de “desmentir” Costa PM

Na campanha para as autárquicas, o caso Galp em Matosinhos é tema quente, com Rui Rio, presidente do PSD, a sublinhar que para António Costa “vale tudo para ganhar eleições”.

Num comício em Matosinhos, Rio citou declarações de Costa, feitas em Maio de 2021, sobre o mesmo assunto, segundo as quais o primeiro-ministro terá dito que o encerramento da refinaria era “um enorme ganho para a redução de emissões“.

“Ontem veio na qualidade de secretário-geral do PS desmentir formalmente o primeiro-ministro António Costa, foi isso que ele ontem veio aqui fazer”, acusou Rio.

“Eu não sei qual é a lição exemplar que o secretário-geral do PS António Costa quer dar à Galp que o primeiro-ministro António Costa, em Maio, não deu”, criticou o líder do PSD.

“O PS tem consciência de que as eleições autárquicas lhe podem correr mal, quando um homem experiente como o doutor António Costa mente desta forma tão descarada no mesmo sítio, no mesmo espaço de quatro meses”, vincou ainda Rio.

Catarina Martins critica o “cinismo” de Costa

A líder do Bloco de Esquerda (BE) também já criticou o que definiu como o “exercício de cinismo” de António Costa, apontando que o primeiro-ministro “não pode estar chocado” depois de nada ter feito para impedir o despedimento colectivo.

O que é que pensará um trabalhador da refinaria da Galp quando ouve a mesma pessoa que impediu qualquer mudança que protegesse o seu emprego, uma vez despedido, a dizer que aquilo não podia ter acontecido?”, questionou Catarina Martins durante uma acção de campanha em Espinho, no distrito de Aveiro.

“Não se pode brincar assim com a vida das pessoas”, disse ainda a líder bloquista, frisando que “o Estado devia ter impedido aqueles despedimentos”.

“Quando questionei António Costa no Parlamento, ele disse que não ia fazer nada”, acusou ainda.

Trabalhadores “estupefactos” e “indignados”

A CT da Petrogal encara as declarações de António Costa com “um misto de estupefacção, de indignação e esperança ao mesmo tempo”.

Estupefacção e indignação porque, efectivamente, passaram oito meses desde que nós dissemos que o primeiro-ministro devia pronunciar-se, devia assumir uma posição em defesa da refinaria do Porto e dos postos de trabalho que ali foram destruídos, e esperança no sentido de que mais vale tarde do que nunca“, apontou o coordenador da CT da empresa do grupo Galp Energia, Hélder Guerreiro, em declarações à agência Lusa.

O representante dos trabalhadores nota ainda que, agora que Costa assumiu “uma posição”, “nas vésperas” de eleições, espera que ele se junte à “luta” e que use “toda a sua influência, que é muita, e todo o seu poder, para reverter este crime económico e social que foi cometido”.

Hélder Guerreiro admitiu que o Estado, que é o segundo maior accionista da empresa, não tem poder efectivo de decisão.

Mas, ainda assim, espera que o primeiro-ministro use o seu “poder para influenciar as decisões da empresa, revertendo o encerramento da refinaria do Porto e os despedimentos, readmitindo os trabalhadores que foram despedidos”.

“Governo devia ter vergonha”

A CGTP também apontou o dedo a António Costa através da líder Isabel Camarinha que sublinha que esta entidade e os Sindicatos “têm denunciado o crime” do encerramento da refinaria. “Não só pela destruição daquele número enorme de postos de trabalho – mais de 1.500 – como para a economia local e para a economia nacional”, justificou.

Isabel Camarinha também fez referência à contradição de Costa, notando que agora “vem dizer que aquilo prejudica muito a economia nacional, quando disse o seu contrário, não há muitos meses atrás”.

É vergonhoso e o Governo devia ter vergonha de fazer afirmações destas quando não fez nada para impedir que a refinaria de Matosinhos encerrasse”, concluiu a líder da CGTP.

ZAP // Lusa

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8 Comments

  1. “Costa promete “lição exemplar” à Galp depois de “tanto disparate” em Matosinhos ”
    Que quererá exactamente dizer ?
    Os favores não estão a ser pagos?
    Ou é um Hhhitler disfarçado?

  2. Os políticos têm sempre alguma coisa de aldrabões, mas este Costa bate-os a todos!?
    Como é possível haver tanta gente a votar num fulano destes? Será que as pessoas não se apercebem no buraco em que ele nos está a meter? Nem a bazuca ou o morteiro ou seja lá o que for, nós vai salvar!!!

  3. O Costa não tem culpa, está suportado em ministros “cabritos” que o levam a fazer figuras destas. Quem tem culpa é o Marcelo que continua a funcionar como a ” Brigada do Reumático” de 1970 e mantém um governo destes.

  4. Este Costa é melhor que qualquer propagandista de feira; saúde, onde estão os médicos de família e outros há tanto tempo prometidos? Utentes sem médico de família ultrapassam um milhão, bichas de macas de urgência nos corredores de hospitais crescem diariamente, alguns já estão em rotura, segurança não há ponta por onde se lhe pegue, inflação vai pelo mesmo caminho e ainda tem o descaramento de dizer que não desce os impostos sobre os combustíveis para não incentivar as pessoas a comprarem carro a combustão, será que estará na ideia de oferecer um carro elétrico a cada português com o compromisso de não lhe aplicar impostos? Brincalhão!

  5. Então a “excelente” proposta do governo, é para o Iefp dar formação aos funcionários da Galp, e a empresa pagar essa formação? Se fosse para continuar a pagar os vencimentos, não haveria razão para terem efetuado os despedimentos. Mais uma vez o governo a pensar com os pés.
    Este sr. deveria era aproveitar e dar ele próprio uma lição exemplar de lisura aos portugueses, demitindo os incompetentes dos ministros que constituem o seu governo.
    Lá diz o povo “Bem prega frei Tomás, faz o que ele diz não o que ele faz”

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