A fase de segurança e consolidação da catedral de Notre-Dame, em Paris, quase destruída num incêndio há mais de dois anos, terminou, dando lugar à etapa de restauro, anunciaram este sábado as autoridades.
Em 15 de abril de 2019, um incêndio devastou a estrutura de madeira da Catedral de Notre-Dame, um dos monumentos mais visitados da Europa.
A torre desabou e grande parte do telhado ficou reduzido a cinzas, criando uma onda de emoção mundial, recorda a agência de notícias France Presse (AFP).
Os trabalhos de segurança e consolidação da Catedral, que se iniciaram no dia seguinte ao incêndio, foram concluídos de acordo com o calendário definido, refere em comunicado a instituição pública responsável pela sua conservação.
“A catedral está agora totalmente segura” após esta fase que incluiu o desmantelamento do andaime que estava instalado durante o incêndio, “a remoção do grande órgão, a limpeza dos locais de ensaio em duas capelas, a instalação de cabides de madeira sob os contrafortes voadores ou a clareira e triagem dos restos mortais e assegurar a travessia transepto”.
Ao mesmo tempo, “a fase de restauro foi ativamente preparada e está agora resolutamente em curso para lançar as primeiras obras de restauro neste inverno”, anunciou a instituição.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, tinha prometido que a catedral seria reconstruida dentro de cinco anos, mas o projeto não estará concluído dentro deste período.
O monumento deve ser devolvido ao culto até 16 de abril de 2024, dia em que uma missa será novamente celebrada na nave, anunciou em dezembro de 2020 o presidente da instituição pública responsável pela reconstrução da catedral, General Georgelin.
Está a ser preparado o lançamento de concursos para obras de seleção das empresas que vão participar no projeto de restauro e “começa este mês uma campanha de limpeza exaustiva das paredes e pisos interiores da catedral”, acrescentou.
A catedral encontrava-se em obras de restauro no seu exterior quando, em abril do ano passado, deflagrou um violento incêndio que demorou cerca de 15 horas a ser extinto.
A origem acidental do incêndio, um curto-circuito, continua a ser privilegiada, embora a causa do fogo não esteja esclarecida, e os resíduos calcinados deverão ser analisados ao pormenor para detetar o menor indício.
As obras de Notre-Dame têm enfrentado vários imprevistos, desde a necessidade de adotar medidas contra a contaminação por chumbo até à crise do novo coronavírus, passando pelo mau tempo no final de 2019, mas foram retomadas no final de abril.
// Lusa