O secretário-geral do PS, António Costa, acusou esta sexta-feira a oposição de “absoluta impreparação” por não saber o que é o PRR, nem a “missão patriótica” que consiste em pô-lo “em marcha para o bem de Portugal”.
Respondendo àqueles que o acusam de “chantagem” por falar dos milhões do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) – em referência às críticas que tem recebido nos últimos dias de figuras do PSD como o seu líder, Rui Rio, ou o eurodeputado Paulo Rangel –, e de anunciar obras que “só são feitas se a câmara continuar a ser do PS”, o secretário-geral do PS destacou o “grau de absoluta impreparação da oposição”.
“[O PRR] não é promessa, é um compromisso que já está contratualizado. E não, não é chantagem, porque a obra faz-se ganhe quem ganhar as eleições. Mas não é indiferente [quem ganha] porque o que está aqui verdadeiramente em causa, é percebermos o grau de absoluta impreparação da oposição, que não percebe sequer o que é o PRR e aquilo que é a missão patriótica que hoje todos temos de o pôr em marcha, para bem de Portugal, para bem dos portugueses e para bem da posteridade das próximas gerações”, salientou António Costa.
Num discurso de 20 minutos em Viana do Castelo – onde participava num comício com o candidato à Câmara Municipal local, Luís Nobre -, António Costa defendeu que o PRR “não é uma folha em branco à espera de imaginação”.
“O PRR é um contrato que o Estado português já assinou com a União Europeia (UE), que já identificou os projetos que vão ser realizados, as verbas que vão ser financiadas, já fixou o calendário. E mais: o financiamento só vem se nós formos cumprindo passo a passo o calendário com que acordámos e formos atingindo as metas com que nos comprometemos”, salientou.
Incómodo da oposição com PRR é sinal de “bom trabalho”, diz Pedro Nuno Santos
Já o dirigente socialista Pedro Nuno Santos defendeu que o PS não deve “esconder” o PRR durante a campanha autárquica, considerando que, se isso incomoda a oposição, é porque o Governo está a fazer “um bom trabalho”.
“O Plano de Recuperação e Resiliência já está apresentado e entregue a Bruxelas há muito tempo. Nós não estamos a anunciá-lo nem a lançá-lo agora. (…) É trabalho de um Governo liderado pelo Partido Socialista. O que é que vamos fazer, escondê-lo? Não: nós estamos a participar num ato eleitoral, estamos a dizer o que é que os socialistas fazem, como é que veem o futuro do país, é isso que nos compete” fazer, afirmou Pedro Nuno Santos.
O ministro das Infraestruturas e Habitação e membro do secretariado nacional do PS falava aos jornalistas em Penafiel, durante uma arruada de apoio ao candidato da coligação “Penafiel Unido” (PS/RIR), Paulo Araújo Correia.
Reagindo às críticas que o líder do PSD, Rui Rio, tem feito ao primeiro-ministro, Pedro Nuno Santos salientou que, até às eleições, o que é preciso é “discutir a terra, o concelho, e as suas soluções”.
“E nós temos feito trabalho no país: se o nosso trabalho não fosse bom, não os incomodava que nós falássemos dele. Se os incomoda falarmos do nosso trabalho, é porque estamos a fazer um bom trabalho”, frisou.
O ministro deu assim o exemplo da construção do IC-35, que irá ligar Penafiel a Entre-os-Rios, e que o próprio, durante a sua ação de campanha em Penafiel, garantiu à população que irá ser construído com os fundos do PRR.
“Já temos as verbas para o fazer, é uma ambição desta região há décadas e nós vamos finalmente fazer. Porque é que havemos de esconder uma coisa boa? Não vamos esconder, vamos dizer: o IC-35, finalmente, depois de muitas décadas, vai ser uma realidade”, frisou.
Interrogado pelos jornalistas, Pedro Nuno Santos reiterou assim que não considera indecente fazer campanha munindo-se das verbas do PRR.
“Então, mas faço uma campanha calado? ‘Olhe eu não vou falar do que faço, não vou falar do que estamos a fazer, estou aqui, mas não digo nada sobre o que estamos a fazer’. Não, não, vamos dizer: no caso de Penafiel, o IC-35 vai avançar”, indicou.
Na terça-feira, Rui Rio afirmou, na Guarda, que “não é correto misturar na campanha a função de primeiro-ministro com a de secretário-geral do PS” ao falar dos milhões do PRR.
“O primeiro-ministro, o PS não têm feito outra coisa que não chegar aos diversos concelhos e dizer que têm não sei quantos milhões para ali”, criticou novamente Rui Rio na quinta-feira.
ZAP // Lusa
Pelos vistos a basuka está a ser apontada como arma contra a oposição, será mesmo dinheiro pertencente ao PS que estará em jogo? Parece!
Pois claro que não entendem. O PRR Foi feito pelo PS para o PS!