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Central de Fukushima terá túnel subterrâneo para descarregar água contaminada

Gill Tudor / IAEA

Trabalhadores em Fukushima

Túnel irá libertar para o oceano as águas usadas no arrefecimento de planta da central que foi gravemente abalada pelo tsunami de 2011.

Os operadores da central nuclear de Fukushima, no Japão, anunciaram um plano para a construção de um túnel subterrâneo para escoar mais de um milhão de toneladas de água proveniente da central para o oceano.

Os primeiros esboços, publicados na quarta-feira, remetem para uma estrutura de um quilómetro de comprimento que vai ao encontro das exigências das autoridades japonesas, que em abril anunciaram a intenção de libertar a água acumulada ao longo dos últimos dois anos.

Segundo os ministros japoneses, o processo será seguro, já que a água a libertar seria sujeita a um processo de tratamento que elimina quase todos os elementos radioativos que serão diluídos. Mesmo assim, o anúncio do governo japonês desencadeou reações negativas e adversas dos países vizinhos, mas também das comunidades piscatórias que temem uma vaga de desconfiança em relação aos seus produtos.

Segundo o The Guardian, a empresa responsável pela construção da estrutura, a Tokyo Eletric Power, anunciou que a construção começará em março de 2022 depois de desenvolverem estudos de viabilidade e conseguirem aprovação das autoridades competentes.

Para além do comprimento de um quilómetro, a estrutura terá um diâmetro de cerca de 2,5 metros e conseguirá transportar cerca de 1,27 milhões de toneladas de água tratada — por exemplo, água usada para arrefecer a planta, que foi danificada depois do enorme tsunami de 2011, e a proveniente da chuva e das águas subterrâneas que escapam diariamente.

Segundo Akira Ono, diretor do gabinete da planta, o escoamento da água através de um túnel irá impedir que esta volte à costa. “Teremos o cuidado de explicar exaustivamente as nossas políticas de segurança e as medidas que estamos a implementar, de forma a dissipar as preocupações das pessoas envolvidas no sector das pescas e outras indústrias”, disse aos jornalistas.

Ono também afirmou que a equipa estaria disponível para receber inspeções da Agência Internacional de Energia Atómica — a qual já se pronunciou favoravelmente ao projeto. Yoshihide Suga, primeiro-ministro japonês, apelidou a libertação da água uma “tarefa inevitável” no processo de desativar a central nuclear, que já se prolonga há décadas.

ZAP //

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