O presidente da Câmara Municipal do Porto considerou “urgente e necessária” a reabertura do centro de vacinação da Unilabs, no Queimódromo.
Numa conferência de imprensa, esta quinta-feira, Rui Moreira comentou a polémica em torno do centro de vacinação da Unilabs, encerrado por causa de uma alegada falha na cadeia de frio que levou a que centenas de doses fossem consideradas nulas.
O autarca portuense destacou, segundo o Diário de Notícias, que “a Câmara do Porto vai continuar a disponibilizar, enquanto for necessário, os meios para que o centro continue a funcionar” e prometeu respeitar a decisão da task force, defendendo a sua reabertura apenas quando “salvaguardadas as condições de segurança”.
Porém, o presidente da Câmara destacou que “é urgente e necessária” a reabertura do centro, sobretudo devido ao início da vacinação dos jovens entre os 12 e 15 anos, não só porque assim não haverá “capacidade de resposta”, mas também porque se tratam de adolescentes que têm de ser “acompanhados por adultos”, o que vai fazer aumentar o fluxo de pessoas.
“Se houver algo a corrigir, a Unilabs corrige”, considerou Rui Moreira, lembrando que o problema já foi identificado e que também “já surgiu noutros centros de vacinação”. “Em Portugal já se perderam cerca de 20 mil vacinas“, recordou.
O autarca recordou ainda que já foram vacinadas 12.500 pessoas no Queimódromo e, por isso, “desde que haja condições de segurança, este centro é importante para a população”. “A cidade do Porto fica a perder”, se o centro não voltar a abrir, considerou.
Esta semana, o vice-almirante Gouveia e Melo declarou que este centro de vacinação não tem condições para continuar a trabalhar. “Não tem a nossa confiança para voltar a funcionar”, afirmou.
Rui Moreira recusa “chicana política”
Na mesma conferência de imprensa, o autarca aproveitou para responder ao comunicado do candidato do PS à Câmara do Porto, Tiago Barbosa Ribeiro, que o acusou de “utilizar propaganda agressiva que mina a opinião pública”, cita o semanário Expresso.
O candidato socialista disse ainda que o atual presidente portuense “pressionou publicamente as autoridades para a abertura de um centro de vacinação drive-thru no Porto, gerido por uma empresa privada, quando em todo o país o processo funciona em plena articulação entre o Governo, a task force, as autoridades de saúde e os municípios”.
Tiago Barbosa Ribeiro disse ainda estar “solidário com a decisão de suspender a vacinação no Queimódromo” e criticou o “silêncio ensurdecedor” de Rui Moreira, uma situação que considera habitual.
“Agora, como faz sempre que há um problema, Rui Moreira ou passa culpas para terceiros ou mantém-se desaparecido em local incerto”, atirou.
Em resposta a este comunicado, o autarca portuense afirmou que “é absolutamente lamentável e é baixar ao mais baixo nível possível da política, quando aquilo que é um problema – que já surgiu noutros lados – agora sirva para a chicana política“.
“Faz parte de uma luta política na qual não alinho”, sublinhou Moreira, acrescentando que vai “sempre pressionar o Governo, por muito que isso incomode o deputado Barbosa Ribeiro”.
E lembrou: “Aquilo que eu sei é que, quando é preciso, estou sempre cá. Eu, enquanto presidente da Câmara, não tenho a vantagem de poder andar a fazer campanha eleitoral.”
Sobre o centro de vacinação da Unilabs, o autarca lembrou que, há uns meses, Gouveia e Melo “escreveu a todos os presidentes de Câmara, a pedir que os municípios disponibilizassem os recursos logísticos necessários para auxiliar este grande esforço da vacinação”.
Portanto, aquilo que a Câmara portuense propôs, recordou, foi um drive-thru, sublinhando que a autarquia “não inventou nada”, uma vez que há “dezenas de drive-thrus” em Londres, em todos os países europeus, nos Estados Unidos e em Israel.
“É bom notar que este centro de vacinação não é da Câmara do Porto. É um centro que a CMP organizou em termos logísticos, mas é um centro de vacinação do ACES Ocidental com quem temos vindo a colaborar”, destacou.
“Nós disponibilizamos o recinto do Queimódromo, a limpeza e a iluminação, o policiamento permanente e também uma ambulância dos bombeiros”, disse ainda.