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Lampreia robótica mostra como dois sistemas nervosos são melhores do que um

Inspirado na lampreia, o robô AgnathaX usa sistemas nervosos centrais e periféricos simulados para um desempenho mais robusto.

Alguns cientistas acreditam que o sistema nervoso central desempenha o papel mais importante, uma vez que produz sinais que movem as pernas, as barbatanas ou as asas de um animal num padrão rítmico.

Outros, contudo, acreditam que o sistema nervoso periférico (nervos que ligam as extremidades do corpo ao cérebro) é ainda mais imprescindível, já que são os nervos nos membros em movimento que produzem os sinais de feedback que mantêm o ritmo.

A verdade é que ambos os sistemas nervosos são importantes para a locomoção, e o robô AgnathaX tem ajudado a demonstrar isso mesmo.

Segundo o New Atlas, o robô articulado tem 10 segmentos interligados, sendo que cada um contém um motor que desempenha o papel dos músculos de uma lampreia. O microprocessador é o sistema nervoso central, que ativa sequencialmente os motores de modo a produzir um movimento ondulante de natação.

Os sensores de força localizados em cada lado de cada segmento simulam o sistema nervoso periférico, ao detetar a pressão da água à medida que o robô se move. Nas lampreias, as células sensíveis à pressão na pele servem o mesmo propósito.

Após algumas experiências, os investigadores descobriram que o dispositivo tinha um melhor desempenho quando os sistemas nervosos trabalhavam em conjunto.

Quando os cientistas cortaram a comunicação entre alguns dos segmentos (simulando uma lesão da medula espinal), o feedback fornecido pelos sensores de força ainda era suficiente para manter o padrão geral dos movimentos.

O robô também foi capaz de manter a natação quando esses sensores foram desativados, confiando unicamente no ritmo produzido pelo seu “cérebro”.

“Ao utilizar uma combinação de componentes centrais e periféricos, o robô consegue resistir a um maior número de perturbações e manter a natação a alta velocidade, em oposição aos robôs que têm apenas um tipo de componente”, detalhou Kamilo Melo, da EPFL, coautor de um artigo científico publicado a 11 de agosto na Science Robotics. 

Liliana Malainho, ZAP //

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