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Apenas 58 crianças e jovens foram internados em cuidados intensivos por causa da covid-19

Caroline Blumberg / EPA

Desde que a pandemia chegou a Portugal, até maio deste ano, 58 crianças e jovens foram internados em cuidados intensivos pediátricos com problemas relacionados com a infeção provocada pelo SARS-COV-2.

De acordo com os dados do Registo Nacional de Casos Pediátricos de Covid-19 com Internamento em Intensivos (EPICENTRE.PT), que tem informação detalhada de março de 2020 até ao final de maio deste ano, o principal motivo de internamento foi a síndrome inflamatória multissistémica em idade pediátrica (MIS-C, na sigla em inglês).

Os dados indicam que os internamentos pediátricos vão dos poucos meses de vida até aos 18 anos -, porém os números não são significativos.

Os internamentos em intensivos registados nestas faixas etárias representam 0,04% dos 125.942 casos positivos que a Direção-Geral da Saúde registou até 31 de maio entre os zero e os 19 anos. Até agora, nestas idades, registaram-se cinco mortes, sendo que todas as vítimas tinham comorbilidades.

Os números baixos são facilmente justificáveis. Ao Público, Cristina Camilo, presidente da Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos Pediátricos e responsável pelos dados pediátricos, disse que “doença grave é raríssima” em idade pediátrica.

Relativamente aos 58 casos de UCIP, são internamentos que se dividem por doença aguda e por MIS-C. No que diz respeito aos 17 casos de doença aguda registados – dois no Norte, dois no Centro e 11 no Sul -, a grande maioria das crianças e jovens “teve doença respiratória” e muitos deles tinham doenças crónicas já existentes.

Por exemplo, na zona Sul, “dos 11 doentes que tiveram sintomas respiratórios, sete tinham algumas comorbilidades, nomeadamente do foro cardíaco, neurológico, renal ou hepático”.

“Um pouco mais de metade necessitou de ventilação, sendo que, em alguns casos, foi ventilação invasiva, noutros ventilação não invasiva”, referiu a intensivista.

A idade média dos 17 casos “é de 90,3 meses”. Quanto ao tempo de internamento, “andaram todos mais ou menos à volta dos cinco a sete dias”.

O caso mais grave, adiantou ao Público, foi um adolescente de 17 anos que esteve ligado à ECMO. “Foi um caso muito atípico. A mãe do adolescente tinha tido covid em maio do ano passado, ele não teve sintomas nessa altura e desenvolveu um quadro inflamatório com envolvimento cardíaco muito grave”, em dezembro.

ZAP //

 

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