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Novo Banco podia ter recebido 150 milhões a executar empresas de Vieira

António Pedro Santos / Lusa

O presidente do Novo Banco, António Ramalho

O Novo Banco podia ter encaixado 150 milhões de euros ao executar as garantias das empresas de Luís Filipe Vieira, mas teria perdas e riscos significativos.

A auditoria pedida pelo Fundo de Resolução chegou esta segunda-feira aos deputados da comissão parlamentar de inquérito aos atos de gestão do Novo Banco.

Uma das conclusões é que o Novo Banco podia ter encaixado 150 milhões de euros ao executar garantias de empresas de Luís Filipe Vieira, mas considerou que havia perdas e riscos muito significativos. O cenário foi estudado pela instituição bancária antes de aprovar a reestruturação em 2017, escreve o Observador.

No entanto, este cenário tinha “um risco significativo de desvalorização dos ativos”, entendeu o Novo Banco na altura.

Os montantes da possível recuperação não consideram, entre outros, os efeitos de uma venda judicial, nem o tempo que seria necessário à concretização das alienações, contingências que iriam desvalorizar os ativos.

Além disso, o Novo Banco ficaria obrigado a reconhecer uma imparidade adicional de 77,9 milhões de euros, a juntar aos VMOC (valores mobiliários obrigatoriamente convertíveis), que eram já de 107 milhões de euros.

A auditoria acaba por validar a decisão tomada pela administração de António Ramalho, que criou um fundo de investimento especial que ficou com os ativos e uma parte dos passivos das empresas do ex-presidente do SL Benfica.

Em relação aos avales pessoais dados por Luís Filipe Vieira, a auditoria também concluiu que a sua execução não valeria a pena, face à desproporção dos valores em dívida. O valor do aval dos acionistas era “imaterial” para definir a melhor solução, determina a auditoria.

Tendo isto em conta, a reestruturação foi vista como a melhor alternativa, acarretando um maior potencial de recuperação.

No entanto, a auditoria também identificou alguns riscos na atuação do Novo Banco. Se, por um lado, o banco ficou com o controlo do desenvolvimento dos projetos da Promovalor, por outro lado ficou diretamente exposto ao risco desse negócio: um aumento de exposição no valor de 18,5 milhões de euros.

Daniel Costa, ZAP //

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