O coordenador do plano de vacinação contra a covid-19 admitiu esta terça-feira que as vagas para o autoagendamento estão esgotadas em vários concelhos, devido à elevada procura face ao número de vacinas disponíveis.
“O país tem concelhos diferentes com capacidades diferentes. Há sítios em que já se esgotaram as vagas que havia para o autoagendamento e há outros sítios em que não se esgotaram”, afirmou Henrique Gouveia e Melo, após ter sido homenageado em Vila Real.
Segundo o coordenador da task force da logística da vacinação, que não especificou os locais onde as vagas para o autoagendamento estão esgotadas, “não há vacinas para vacinar milhões de pessoas”.
“As pessoas que chegaram primeiro ao autoagendamento estão à espera de serem vacinadas. Depois destas pessoas serem vacinadas, abrirá novamente outras vagas para outras pessoas serem vacinadas”, assegurou o vice-almirante.
No entanto, em declarações ao Público, Ana, uma jovem de 25 anos que reside no Porto, explicou que após cinco dias em lista de espera sem a mensagem de confirmação do número 2424, é necessário voltar a reagendar, visto que a “vez” no sistema informático se perde automaticamente.
“Dez minutos após abrir o autoagendamento para a minha faixa etária, tentei marcar logo, mas já não havia vaga. Da primeira vez, tentei para Matosinhos, mas mesmo assim não deu, fiquei em lista de espera”, contou Ana.
A jovem portuense reinscreveu-se, pela terceira vez, no sistema de lista de espera da vacinação para a covid-19, depois de aguardar sem sucesso por uma mensagem de agendamento da primeira dose. Mas só porque descobriu que quem não é contactado no prazo de cinco dias sai da lista de espera.
“Da primeira vez não fazia ideia disso. Fiquei ali uns dias à espera, depois é que vi alguém no Twitter a dizer que precisava de marcar novamente após cinco dias sem contacto. Agora já está lá no site uma nota a dizer”, afirmou.
Nos principais distritos e centros urbanos as vagas esgotaram ou escasseiam. No distrito do Porto não há qualquer vaga disponível para a marcação de data para a vacinação, à semelhança do que acontecia, esta terça-feira, em outros dez distritos do país (Aveiro, Beja, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Leiria, Portalegre, Viana do Castelo e Viseu).
Gouveia e Melo adiantou ainda que as vacinas estão a ser distribuídas em território nacional de “forma proporcional à população” e que esta modalidade de autoagendamento “tem o número de vagas proporcional à população de cada região”.
“Nós temos uma percentagem de vacinação muito igual em todo o território nacional”, garantiu ainda o coordenador da task force, que confirmou que está a ser preparado um sistema de senhas para a modalidade de vacinação em “casa aberta” para ordenar o fluxo de utentes.
“Nós estamos ainda a preparar um novo modelo em que as pessoas, em vez de irem à “casa aberta” de forma desordenada e, por coincidência, aparecer um conjunto muito elevado de pessoas, possam fazer este processo de forma mais ordenada, através da captura de umas senhas que vão ser disponibilizadas”, explicou.
Além disso, Gouveia e Melo assume que, na segunda-feira, “estavam 90 mil pessoas em lista de espera”.
“Vacinámos, nas duas últimas semanas, 1,7 milhões de pessoas entre segundas e primeiras doses”, relembra o almirante, detalhando que o país atravessará agora uma “fase de menor entrega de vacinas”, algo que poderá ter impacto na velocidade do esforço de vacinação.
“Acho que a frustração deles [jovens] não deve ser contra o processo de vacinação, mas sim contra a quantidade de vacinas disponíveis em território nacional. O que não faria sentido para proteger esses jovens seria desproteger os pais dos jovens. O que dissemos é que vamos conseguir chegar a 70% da população [com pelo menos uma dose] entre 8 e 15 de agosto. Ainda faltam 30%, percentagem concentrada nas camadas mais jovens. Posso dizer que até ao fim de agosto, início de setembro, quase todos os jovens vão ter acesso à primeira dose da vacina. É o que posso prometer face ao que está acordado chegar em termos de vacinas a Portugal”, resume.
Entretanto, a ministra da Saúde anunciou que o Governo está a negociar com a Comissão Europeia e alguns Estados-membros para que Portugal receba antecipadamente mais doses de vacina da Pfizer.
“Junto da Comissão Europeia e outros países que estão no processo de compras conjuntas, Portugal e o Governo continuam empenhados no sentido de tentar agilizar a entrega de uma maior quantidade de vacinas” contra a covid-19, declarou Marta Temido, esta quarta-feira, no final de uma cerimónia de assinatura de um protocolo com o setor social no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no Palácio Marquês do Alegrete, em Lisboa.
A 12 de julho ficou disponível o autoagendamento da vacina contra a covid-19 para pessoas com 23 ou mais anos no portal da Direção-Geral da Saúde destinado a estas marcações.
Autoagendamento a partir dos 20 anos foi adiado
Já a abertura do autoagendamento para a vacinação contra a covid-19 para os jovens a partir dos 20 anos — que estava agendada para 14 de julho — foi adiada, revelou fonte da task force ao jornal Público.
“A ideia, agora, é abrir o auto-agendamento logo a partir dos 18 anos, em vez de ser apenas a partir de 20 anos, todos ao mesmo tempo, e na próxima semana”, explicou.
De acordo com o diário, esta é a primeira vez em que o o calendário de vacinação sofreu um revés, justificado com a diminuição da quantidade de doses de vacinas que estão a chegar a Portugal e com a necessidade de assegurar a administração das segundas doses.
No entanto, isto não significa que não haja pessoas desta idade a ser vacinadas. Além dos jovens a partir dos 18 anos com comorbilidades, que vão frequentar o programa Erasmus e que apresentam comprovativos de que estão a estudar em universidades fora do país, e apesar de autoagendamento ter sido adiado, há jovens de 20 anos e até com 18 anos já a serem convocados localmente pelos centros de vacinação.
“Não quero dar falsas esperanças aos jovens. Há concelhos que já estão a agendar localmente pessoas a partir dos 18 anos. Mas no auto-agendamento quero evitar uma corrida que leve a que se criem filas de espera. Por isso pensamos abrir [este processo] só para a semana e incluindo não só os 20 anos mas também os 18 anos”, esclareceu o coordenador da task force, Henrique Gouveia e Melo.
A plataforma online do autoagendamento ficou disponível a 23 de abril para os maiores de 65 anos e, entretanto, um quarto da população (mais de 2,5 milhões de pessoas) já marcaram a data e o local da vacinação através do portal.
Nas duas últimas semanas, foram administradas cerca de 1,7 milhões de doses e, nas duas semanas anteriores a essas, 1,4 milhões, contabiliza o grupo de trabalho.
Recebi SMS com nome local e data e hora para fazer a vacina, sem nunca ter manifestado interesse. Recebi ontem para ir no dia 23 de Julho, então mas não á vacinas e estão a espera os que querem e marcaram, que se passa aí? podem dar a minha a outros idosos que precisem, força aí, obrigado.
E pode ser que, entretanto, até consigas aprender a Língua Portuguesa! Força aí nisso!