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Dentro de dez anos, 80% dos timorenses irão falar Português

A introdução de vocábulos portugueses no tétum vai levar a que 80% dos timorenses passem a falar português no máximo daqui a uma década, afirmou este sábado o novo secretário-executivo da CPLP, Zacarias da Costa.

“A ‘portuguesição’ do tétum irá ajudar também a que o português seja mais facilmente falado. Daqui a muito pouco tempo, talvez menos de dez anos, Timor poderá ter à volta de 70 a 80% de falantes de português”, disse.

Criado em Portugal, onde estudou, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste é otimista em relação ao futuro da língua portuguesa no seu país.

“Noto que os timorenses têm uma grande amizade e uma grande afeição por Portugal. Nos vinte e tais anos de administração indonésia não puderam aprender e falar português livremente, mas hoje a nova geração está muito mais aberta”, explicou Zacarias Costa, em entrevista à agência Lusa, à margem da XIII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, que decorre em Luanda.

“Em Timor, qualquer timorense fala mais do que uma língua e dialetos nacionais”, pelo que não será “muito difícil um esforço redobrado” no sentido de falar também português, acredita. “Aliás, hoje o tétum, que é a língua nacional e oficial, a par do português, já tem quarenta por cento de palavras portuguesas”.

Mais vistos, mais mobilidade e cooperação

O novo secretário-executivo da CPLP, que tomou posse este sábado, afirmou que o grande objetivo do seu mandato é ajudar os países-membros a operacionalizar a convenção de mobilidade, que permitirá mais vistos para a circulação dos cidadãos.

O acordo, que será assinado na cimeira, prevê que cada país possa avançar ao seu ritmo na abertura à circulação de cidadãos da CPLP, dando prioridade a estudantes ou empresários, mediante as condicionantes impostas pela sua própria legislação ou pelas organizações regionais a que pertence, como é o exemplo de Portugal na União Europeia.

Sucedendo ao português Ribeiro Telles na liderança da CPLP, Zacarias da Costa comprometeu-se em acentuar as parcerias e a cooperação com as organizações regionais que integram cada um dos nove Estados-membros que compõem a Comunidaded de Países de Língua Portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste).

O responsável defende um acordo global de dupla tributação entre os Estados-membros ou reconhecimentos de descontos de segurança social como exemplos da aposta na cooperação económica. Por outro lado, elencou, a “ideia da criação de um banco de investimento” comum, um “banco CPLP”, a que se soma a “marca da CPLP”, pode ser uma aposta para alavancar as trocas comerciais.

Angola assume este sábado a presidência da CPLP, tendo estabelecido como prioridade a aposta na economia.

// Lusa

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