O reconhecimento da Dieta Mediterrânica como património imaterial da humanidade permite valorizar recursos e aumentar a competitividade da economia, que são desígnios de Portugal nos próximos anos, disse o ministro Miguel Poiares Maduro, em Tavira.
O ministro Adjunto e do Desenvolvimento Rural, Miguel Poiares Maduro, esteve esta sexta-feira na abertura da II edição da Feira da Dieta Mediterrânica, em Tavira, e destacou o facto de ser a primeira vez que o evento se realiza depois de ter sido declarada património imaterial da humanidade pela Organização das Nações Unidades para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
Poiares Maduro afirmou que a Dieta Mediterrânica “tem um valor social, porque é mais do que uma gastronomia e mais do que uma dieta” e representa “uma forma de vida, de convivência e de criar comunidades”, que considerou serem “tão importantes hoje em dia” face aos desafios com que os países se debatem no mundo globalizado.
“No contexto e num mundo em que frequentemente, como é agora o caso, enfrentamos dificuldades tão grandes, o sentido comunitário, que em certa medida a dieta mediterrânica também inclui, é extremamente importante”, disse o governante.
Miguel Poiares Maduro frisou, no entanto, que “para além do valor social, que é fundamental”, a Dieta Mediterrânica tem também um valor económico muito importante“, que a feira hoje inaugurada “reconhece”, ao espelhar nos seus ‘stands’ “tudo aquilo que, em termos de turismo, de agricultura, do mar, da indústria agroalimentar, de todas as atividades económicas que resultam desta relação com a dieta mediterrânica, é extremamente importante no aprofundamento da competitividade”.
Competitividade inteligente
“A competitividade é o grande desafio que o nosso país tem e só com uma economia competitiva no mundo global é que conseguimos crescer de forma sustentada. E só com esse crescimento de forma sustentada é que podemos ao mesmo tempo vencer desequilíbrios de décadas, como aqueles que nos levaram há muitas décadas a ser o Estado mais desigual da União Europeia e um Estado com muito pouca mobilidade social”, afirmou.
O ministro Adjunto e do Desenvolvimento Rural frisou que, para o país “vencer esses desafios sociais muito importantes, é fundamental, em primeiro lugar, que seja competitivo”, mas “essa competitividade tem que ser inteligente”.
Por isso, segundo o governante, deve “assentar no território e na valorização dos recursos endógenos”, como a Feira hoje inaugurada e que se prolonga até domingo permite fazer.
“A feira e Dieta Mediterrânica fazem isso mesmo, porque é uma competitividade que parte da valorização daquilo que existe no nosso território, daquilo que é único e daquilo que nos diferencia e nos permite, num mundo cada vez mais global, sermos verdadeiramente competitivos e vencer os desafios desse mundo global”, acrescentou.
Poiares Maduro frisou que “o próximo ciclo de fundos europeus” vão ter um foco nestes objetivos e apostar na “inclusão social, por um lado, mas na competitividade e no crescimento económico, por outro”.
“A grande fatia dos fundos vai para esta transformação da nossa economia, para trazer mais competitividade à nossa economia e com isso crescimento e emprego”, disse.
/Lusa