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Cravinho nomeou ex-diretor sob suspeita para empresa do Estado

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Manuel De Almeida

João Gomes Cravinho nomeou para um cargo de topo numa empresa do Estado Alberto Coelho, ex-diretor-geral do ministério, alegadamente responsável por derrapagem nas obras no antigo Hospital Militar de Belém.

O ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, nomeou o ex-diretor-geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN) para presidente do Conselho de Administração da ETI (EMPORDEF – Tecnologias de Informação, S.A), uma empresa detida pelo Estado.

De acordo com o Diário de Notícias, está em causa Alberto Coelho, o ex-diretor-geral do ministério a quem uma auditoria interna atribuiu responsabilidades na derrapagem de mais de dois milhões de euros nas obras de reabilitação do antigo Hospital Militar de Belém.

Em vez dos 750 mil euros inicialmente avançados pelo Ministério da Defesa, acabaram por ser gastos 3,2 milhões de euros.

“Os atos e procedimentos administrativos e financeiros auditados denotam inconformidades legais”, principalmente devido à “falta de evidência do pedido expresso à tutela para autorizar a despesa (…) e consequente ausência de competência por parte do Diretor-geral da DGRDN para autorizar a despesa, escolher as entidades a convidar, aprovar as peças do procedimento e decidir a adjudicação”, lê-se na auditoria enviada por João Cravinho ao Parlamento.

Alberto Coelho acabaria por não ser reconduzido no cargo que ocupava — não por falta de confiança de Cravinho, mas porque o ministro pretendia reformar a DGRDN e Alberto Coelho era o homem escolhido para um cargo de topo.

No Parlamento, Gomes Cravinho defendeu que Coelho é uma “pessoa extremamente qualificada e capaz” e “prestou enormes contributos ao Ministério, que lhe estará sempre grato”.

“Parece-nos, no mínimo, uma decisão precipitada e imprudente, principalmente porque vinda de alguém que tinha prometido tirar todas as consequências”, argumenta Carlos Eduardo Reis, vice-coordenador para a Defesa Nacional do grupo parlamentar do PSD, citado pelo DN.

Em resposta ao jornal, Marco Capitão Ferreira, presidente da IdD Portugal Defence (Indústrias de Defesa), que detém a ETI, disse que “a nomeação do atual Presidente do Conselho de Administração da ETI, S.A. cumpriu todos os preceitos legais, e desde logo os resultantes quer do regime jurídico das empresas públicas quer do Estatuto do Gestor Publico, tendo a nomeação, como é evidente, sido sujeita à apreciação da CRESAP, que emitiu parecer favorável, nos termos aplicáveis e no exercício das suas competências próprias, de forma independente”.

ZAP //

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17 Comments

  1. Ainda bem que existe CRESAP
    eu proporia a criação de outro órgão com uns 7 ou 8 membros para recrutar para a Cresap…
    …depois admiram-se de falarem mal dos políticos e de quem se governa com a causa pública

  2. Este ministro também é suspeito.
    A nossa democracia tem essa caracteristica. É liderada por uma “confederação de suspeitos”.

  3. Jobs for the boys… Mas se o homem conseguiu gastar 3.2 milhões once só estava orçamentado 750 mill, ele é de facto alguém com talento para gerir contas públicas a favor dele e de seus amigos.

  4. Tive o prazer de conhecer o pai. Homem sério, honesto e tecnicamente competente. Justamente por isso, foi desterrado para onde foi. Parece, pelos inúmeros casos, que o filho não seguiu as pisadas do pai….

  5. Tudo que é ladrão é bom para gerir Portugal, menos pessoas honestas, estamos feitos ao bife, se não tiramos estes do poleiro e colocar outros e depois rua também porque senão ficam donos disto tudo.

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