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Ministra da Saúde afasta limitação de visitas. Mas Associação de lares defende regresso da proibição

António Pedro Santos / Lusa

A ministra da Saúde, Marta Temido

A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou esta terça-feira que não há necessidade de voltar a limitar as visitas a lares de idosos, advogando que as pessoas vacinadas contagiadas com o novo coronavírus desenvolvem “uma doença muito mais moderada”.

Apesar da existência de seis surtos ativos de covid-19 em lares de idosos portugueses, confirmada esta terça-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS), Marta Temido garantiu estar atenta à questão, mas considerou que a limitação das visitas “a pessoas institucionalizadas em estruturas residenciais para idosos não parece ter neste momento necessidade de ser estabelecida”.

“Estamos numa situação da epidemia em que os vacinados que eventualmente estão a ter casos de transmissão de doença têm uma doença muito mais moderada, muito mais controlada”, justificou Marta Temido, falando aos jornalistas à margem da inauguração da nova Unidade de Saúde Familiar da Alta de Lisboa.

Os surtos em lares de idosos correspondem a 54 casos, parte deles já recuperados, segundo a DGS.

A confirmação dos surtos surge depois das notícias das mortes de duas idosas em lares, na última semana.

Associação de lares defende proibição de saídas

A ALI – Associação de Apoio Domiciliário, de Lares e Casas de Repouso de Idosos defende, no entanto, que as saídas dos utentes devem voltar a ser proibidas.

O presidente da associação reconhece, em declarações à TSF, que a medida é violenta, mas considera que, com o regresso dos surtos aos lares, mais vale jogar pelo seguro.

“Quando o idoso passa a porta com o familiar, para sair, perdemos o controlo do que se passa e é capaz de ser difícil resistir a beijos, abraços e outras coisas. Penso que agora, com este agravamento da situação e o surgimento de alguns surtos em lares outra vez, isso devia ser repensado. É muito violento haver indicação para os idosos não poderem sair, mas há bens maiores a proteger e penso que é isso que tem de ser levado em consideração”, explicou João Ferreira de Almeida.

“É ainda mais preocupante porque, ao que parece, os idosos infetados agora nestes seis surtos já estavam todos vacinados com a segunda dose. Quando começávamos a ficar francamente mais aliviados voltamos a ficar muito preocupados”, acrescentou.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.875.359 mortos no mundo, resultantes de mais de 178,6 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 17.068 pessoas e foram confirmados 865.806 casos de infeção, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

// Lusa

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