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NASA identifica nuvens estranhas (e coloridas) em Marte

NASA / JPL-Caltech / MSSS

Em Marte, as nuvens são normalmente encontradas no equador na época mais fria do ano, quando o planeta está mais distante do Sol. Mas os cientistas notaram nuvens estranhas e coloridas a formar-se sobre o rover Curiosity, da NASA, mais cedo do que o previsto.

A atmosfera marciana é muito fina e composta por 96% de dióxido de carbono, o que torna a formação de nuvens espessas impossível. Em Marte, estas “almofadas do céu” são leves e a sua formação ocorre, muito provavelmente, devido à poeira formada quando os detritos espaciais atingem a sua atmosfera.

Recentemente, uma imagem enviada pelo rover Curiosity, da NASA, surpreendeu os cientistas ao revelar uma série de nuvens estranhas e coloridas no céu do Planeta Vermelho, escreve o Tech Explorist.

A imagem é uma combinação de 21 fotografias que a sonda tirou recentemente para estudar um tipo estranho de nuvem fina sobre a cratera Gale. Há dois anos terrestres, os cientistas perceberam que este tipo de nuvem estava a formar-se no início do ano marciano, antes do previsto.

As nuvens apareceram no final do mês de janeiro, altura em que o rover começou a documentar as nuvens ricas em gelo, que espalham a luz do Sol em exibições muitas vezes coloridas.

A equipa de cientistas da agência espacial norte-americana descobriu que estas nuvens, que chegam mais cedo do que o previsto, estão, na verdade, em altitudes mais altas do que o normal. Isto significa que, provavelmente, são feitas de dióxido de carbono congelado ou gelo seco.

Com as câmaras de navegação a preto e branco do Curiosity, os cientistas podem ver facilmente as estruturas finas e onduladas destas nuvens. Mas são as imagens coloridas da Mast Camera do rover que brilham, literalmente.

As fotografias foram captadas logo após o pôr do Sol. Os cristais de gelo captaram a luz fraca, fazendo com que parecessem brilhar, em comparação com um céu que escurece.

Estas nuvens crepusculares, também conhecidas como nuvens “noctilucentes” (latim para “brilho noturno”), ficam mais brilhantes à medida que se enchem de cristais e escurecem assim que a posição do Sol no céu cai abaixo da sua altitude. Esta é apenas uma pista útil que os cientistas usam para determinar a que altura estão.

“Fico sempre maravilhado com as cores que aparecem: vermelhos, verdes, azuis e roxos“, disse Mark Lemmon, cientista atmosférico do Instituto de Ciências Espaciais do Colorado, num comunicado da NASA. “É muito surpreendente ver algo a brilhar com muitas cores em Marte.”

Liliana Malainho, ZAP //

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