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Templo hindu de Nova Jersey terá sido construído com recurso a trabalhos forçados

Sanjev Rajaram / Wikimedia

Templo Hindu BAPS Shri Swaminarayan Mandir em Robinsville, Nova Jersey

Os indianos terão sido enganados com promessas de bons empregos na construção. Além de viverem num complexo do templo hindu, não tinham autorização para entrar ou sair livremente e recebiam cerca de 369 euros por mês.

Na semana passada, seis indianos entraram com uma ação judicial contra um grande templo hindu em Nova Jersey, nos Estados Unidos, acusando a seita de os ter atraído com promessas de empregos bem remunerados, só para os confinar às instalações e os obrigar a trabalhar durante 80 horas semanais.

Segundo a acusação, os líderes do templo BAPS Shri Swaminarayan Mandir terão enganado, intencionalmente, cidadãos indianos, prometendo-lhes bons empregos na construção. Os visados eram membros dalits.

O termo dalit foi utilizado pela primeira vez no final do século XIX e englobava um grupo formado por trabalhadores braçais, que eram considerados como “intocáveis” e impuros.

“Os réus transformaram o sistema de castas da Índia numa arma”, alega o processo, “usando-o para coagir os requerentes e outros trabalhadores (com visto religioso) a trabalhar por salários abaixo do padrão em péssimas condições.”

De acordo com a CNN, que cita os queixosos, quando os indianos chegaram aos Estados Unidos, o templo hindu retirou-lhes os passaportes e sujeitou-os a horas extenuantes de trabalhos manuais – normalmente, mais de 12 horas por dia, sete dias por semana.

Os indianos, que estiveram envolvidos na construção do templo, viviam num complexo do templo e não tinham autorização para entrar ou sair livremente. Recebiam apenas cerca de 450 dólares por mês (cerca de 369 euros).

“Este é um caso horrível de exploração de trabalhadores e é ainda mais preocupante que tenha ocorrido durante anos em Nova Jersey, atrás das paredes do templo”, disse Daniel Werner, advogado dos indianos, em comunicado.

“Estes trabalhadores foram coagidos a virem para os Estados Unidos trabalhar e sofreram tremendamente – foram basicamente forçados à servidão“, lê-se ainda na nota.

Um porta-voz do BAPS contestou as acusações, em declarações ao The New York Times.

“Estamos naturalmente abalados por esta reviravolta nos acontecimentos e estamos certos de que, assim que todos os factos forem revelados, seremos capazes de fornecer respostas e mostrar que estas acusações e alegações não têm cabimento”, disse Lenin Joshi.

ZAP //

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