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Espanha enviou de volta para Marrocos 2.700 pessoas que entraram em Ceuta

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Antonio Sempere / AFP

Migrantes de Marrocos a chegar a Ceuta

Cerca de 2.700 dos seis mil migrantes que entraram ilegalmente em Ceuta nas últimas horas já foram devolvidos a Marrocos, anunciou esta terça-feira o ministro do Interior espanhol, Fernando Grande-Marlaska.

A fronteira de Tarajal, que separa o território autónomo espanhol de Ceuta do reino de Marrocos, registou nas últimas horas a entrada de seis mil pessoas, escreve o El País, que refere que a maioria das pessoas que entrou no enclave espanhol tem nacionalidade marroquina e entrou a nado ou a pé, perante a “passividade das autoridades”.

O exército espanhol foi então mobilizado para o local e cerca de 2.700 das seis mil pessoas que entraram ilegalmente em Ceuta nas últimas horas foram devolvidas a Marrocos.

Numa conferência de imprensa depois do Conselho de Ministros em que a questão foi tratada, Fernando Grande-Marlaska disse que o Governo está a colocar desde o primeiro momento todos os meios necessários para proteger os cidadãos de Ceuta e devolver “através dos canais estabelecidos” aqueles que estão a entrar ilegalmente na cidade autónoma.

“Ceuta é tanto Espanha como Madrid, Sevilha ou Barcelona”, disse o ministro, que salientou que o executivo “não desistirá nem por um minuto” de tentar inverter a situação e continuará a “ser enérgico na defesa das fronteiras”.

O ministro do Interior (Administração Interna) assegurou que o executivo espanhol irá proceder à “devolução imediata” das pessoas que estão a entrar “ilegalmente” no país.

Por seu lado, a porta-voz do Governo, María Jesús Montero, apelou à “tranquilidade”, “confiança” e também “solidariedade” com os cidadãos de Ceuta e Melilla e “do sul do país” na sequência da crise migratória sofrida nas últimas horas na cidade autónoma de Ceuta.

Na mesma conferência de imprensa, Montero lançou uma mensagem de forma “clara e rotunda” contra as “mensagens xenófobas” que, na sua opinião, procuram criminalizar os migrantes ou associá-los a comportamentos criminosos.

“A última coisa que uma crise migratória desta natureza necessita é que os líderes políticos despertem o medo ou o ódio. O que pedimos a todos é responsabilidade, prudência e um sentido de Estado para não dar origem a situações que possam gerar mais medo ou tensão entre os cidadãos”, observou.

A mensagem tinha como um dos alvos o presidente do partido espanhol de extrema-direita Vox, Santiago Abascal, que anunciou que iria a Ceuta para apoiar os “compatriotas”, depois da avalanche de imigrantes que chegaram à cidade autónoma.

Marrocos está a invadir Ceuta com milhares de assaltantes pela inação cobarde e criminosa do Governo que rendeu a nossa fronteira sul”, disse Abascal na segunda-feira à noite numa mensagem difundida nas redes sociais.

A fronteira que separa o território autónomo espanhol de Ceuta do reino de Marrocos registou novas entradas de cidadãos marroquinos “por mar” tendo o exército de Espanha mobilizado efetivos para o local.

Espanha será firme a restabelecer a ordem

O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, garantiu esta terça-feira em Madrid que o país vai ser “firme” a restabelecer a ordem na fronteira com Marrocos e anunciou que ainda hoje se vai deslocar às cidades espanholas no norte de África.

Numa declaração institucional, Sánchez assegurou que a integridade territorial de Espanha e a tranquilidade dos cidadãos de Ceuta e Melilla serão garantidas “com todos os meios necessários” e em qualquer eventualidade ou circunstância.

“A minha prioridade é garantir” o controlo do trânsito na fronteira com Marrocos, dotar Ceuta e Mellila com todos os meios para resolverem a crise humanitária e proceder à “devolução imediata” de todos os que entraram de forma ilegal, disse Pedro Sánchez.

Mesmo assim, o primeiro-ministro espanhol considerou Marrocos como um país “associado e amigo” e defendeu que assim deve continuar a ser.

Cerca de 2.700 dos 6.000 migrantes que entraram ilegalmente em Ceuta nas últimas horas já foram devolvidos a Marrocos, tinha anunciado o ministro do Interior espanhol, Fernando Grande-Marlaska, alguns minutos antes da declaração de Pedro Sánchez.

A fronteira que separa o território autónomo espanhol de Ceuta do reino de Marrocos registou hoje novas entradas de cidadãos marroquinos “por mar” tendo o exército de Espanha mobilizado efetivos para o local.

Pelo menos cinco mil migrantes, incluindo mil menores, já tinham chegado a Ceuta na segunda-feira ao longo do dia, tratando-se, segundo as autoridades espanholas, de um número “recorde”.

Sofia Teixeira Santos, ZAP // Lusa

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