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Netanyahu avisa: Hamas “vai receber ataques que não espera”

Abed Al Hashlamoun / EPA

A escalada de violência continua em Israel e nos territórios palestinianos ocupados e já há vítimas mortais dos dois lados. O Conselho de Segurança das Nações Unidas volta a reunir-se de emergência esta quarta-feira.

As forças armadas israelitas anunciaram, esta quarta-feira, ter realizado um novo ataque contra a Faixa de Gaza, indicando ter “concluído uma série de ataques, que atingiram casas de responsáveis” do movimento de resistência islâmica Hamas.

De acordo com o semanário Expresso, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, já tinha avisado, esta terça-feira à tarde, que o Hamas “vai receber ataques que não espera”, mas alertou que “a campanha militar vai levar o seu tempo”.

O grupo armado palestiniano afirmou que estes ataques tinham destruído a sede da polícia. Esta manhã, o Hamas também anunciou ter disparado mais de 200 foguetes contra Israel.

Foram disparados “110 foguetes contra a metrópole de Telavive” e “100 foguetes” contra a cidade de Beersheva, “em retaliação pelo reinício dos ataques contra edifícios habitados por civis”, de acordo com uma declaração.

Também a Jihad Islâmica, o segundo maior grupo armado palestiniano na Faixa de Gaza, anunciou ter disparado 100 foguetes do enclave palestiniano contra Israel.

As forças armadas israelitas anunciaram que mais de mil mísseis foram disparados, desde segunda-feira à noite, por grupos armados palestinianos, dos quais 850 foram intercetados pelo escudo antimíssil ou atingiram território israelita e 200 caíram no enclave palestiniano, indicou o porta-voz do exército israelita, Jonathan Conricus.

Duas pessoas morreram, esta quarta-feira, na cidade israelita de Lod, quando o veículo em que se encontravam foi atingido por um míssil, anunciou a polícia israelita. Estas novas mortes elevam para cinco o número total de pessoas vítimas dos ataques em Israel.

Do outro lado, em Ramallah, na Cisjordânia, um palestiniano morreu durante um confronto com o exército israelita, depois de ter sido atingido por balas israelitas no campo de refugiados de Al-Fawwar, afirmou o Ministério da Saúde palestiniano. No total, pelo menos 35 pessoas foram mortas nos ataques israelitas e 230 ficaram feridas.

Biden apoia o “direito legítimo de Israel a defender-se”

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, mantém o “apoio ao direito legítimo de Israel de se defender” e condenou os ataques de rockets do Hamas contra cidades israelitas.

“O Presidente não cederá ao apoio à segurança de Israel e ao seu legítimo direito de se defender”, disse a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, numa conferência de imprensa na tarde desta terça-feira.

Psaki acrescentou que Biden e a sua equipa continuarão a procurar soluções diplomáticas para a diminuição do conflito e a proteção de civis.

Também o antigo Presidente, Donald Trump, disse que os EUA devem permanecer ao lado de Israel, acusando o atual chefe de Estado de tornar o mundo um lugar “mais violento e instável”.

Numa declaração do seu movimento Salvar a América, Trump lembrou que, durante a sua presidência, os adversários de Israel sabiam de que lado estavam os EUA e que resposta teriam caso atacassem os aliados de Washington.

ONU “profundamente preocupada”

A ONU está “profundamente preocupada” com o aumento da violência em Israel e nos territórios palestinianos ocupados, declarou, esta terça-feira, um porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

Condenamos toda a violência e toda a incitação à violência, assim como as divisões étnicas e as provocações”, declarou Rupert Colville durante a habitual conferência de imprensa da ONU em Genebra.

Segundo a rádio Renascença, o Conselho de Segurança das Nações Unidas volta a reunir-se de emergência esta quarta-feira, encontro esse que vai decorrer à porta fechada.

É a segunda reunião em três dias para analisar esta escalada de violência. A primeira decorreu esta segunda-feira e terminou sem uma declaração conjunta, com os Estados Unidos relutantes em adotar o projeto de declaração proposto pela Noruega, adianta a RR.

Esta violência surgiu, em parte, devido à ameaça de expulsões de palestinianos de Jerusalém Oriental em benefício dos colonos israelitas.

ZAP // Lusa

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