“Precisa de ser aditivado”. Eurodeputado do PS insiste em criticar plano europeu

Miguel A. Lopes / Lusa

O primeiro-ministro António Costa e Pedro Marques

O eurodeputado socialista continua a insistir na ideia de que a União Europeia, a curto prazo, deveria dar um cheque de mil euros a cada desempregado, idoso ou cidadão com filhos.

Em declarações ao Diário de Notícias, Pedro Marques insistiu nesta ideia, explicando que o objetivo é precisamente “ter um efeito de curto prazo para manter o consumo”, conseguindo-se também com isto “a retenção do emprego”.

“Há cada vez mais vozes europeias a dizer que o Plano [de Recuperação para a Europa] precisa de ser aditivado com esta perspetiva de curto prazo”, afirmou o eurodeputado socialista, invocando palavras como as do Presidente francês Emmanuel Macron ou da economista alemã Isabel Schnabel, que integra a comissão executiva do Banco Central Europeu.

Para o ex-ministro, que tutelou a pasta do Planeamento e das Infraestruturas no primeiro Governo de António Costa, esta ideia não anula o grande plano estrutural já aprovado na União Europeia.

Pedro Marques deu como exemplo os Estados Unidos, país que já está a aplicar o seu terceiro plano de curto prazo de ajuda à economia (os dois primeiros com a Administração Trump e agora com Joe Biden).

O eurodeputado do PS destacou que, no total, o seu valor é de 9% do PIB norte-americano, enquanto que o plano europeu, de cariz estrutural e com uma aplicação mais lenta, terá uma dimensão equivalente a 9,2% do PIB europeu.

Citando dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, o ex-governante salientou que, no primeiro ano, o plano europeu só terá um efeito orçado em 0,5% do PIB, enquanto que os planos norte-americanos já têm, no mesmo período, um efeito de recuperação de 4%.

Este fim-de-semana, na entrevista que deu ao DN, TSF e JN, o primeiro-ministro António Costa comentou a ideia do seu ex-ministro, declarando que a UE deve ter “a capacidade de resistir à tentação de simplesmente distribuir o dinheiro para reanimar a economia”.

“A ideia do Pedro Marques é muito boa para a reanimação imediata da economia, mas não muda estruturalmente a economia”, considerou então.

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