O primeiro-ministro evocou, este domingo, a conquista de um Serviço Nacional de Saúde (SNS) público, universal e acessível, com o 25 de Abril de 1974, durante a inauguração do novo Centro de Saúde de Algueirão, o maior do país.
“Tenho a particular satisfação em celebrar o 25 de Abril com a inauguração do maior Centro de Saúde do país. […] Foi o 25 de Abril que nos permitiu ter o Serviço Nacional de Saúde público, universal, tendencialmente gratuito e acessível a todas e a todos, independentemente de onde vivam ou qual seja a sua situação económica”, afirmou António Costa, durante a cerimónia de inauguração daquela unidade de saúde, no concelho de Sintra, que contou também com a presença da ministra da Saúde, Marta Temido, e do presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta.
O primeiro-ministro lembrou ainda que foi o 25 de Abril que tornou possível a adesão à União Europeia (UE), que proporcionou fundos que pagaram 50% deste Centro de Saúde hoje inaugurado.
“A União Europeia não é só uma coisa distante que está lá em Bruxelas. Está em todos os ‘Algueirões Mem Martins’ que existem nos 27 Estados-membros”, apontou.
“Bem sei que, perante as dificuldades, alguns dedicam-se a ser carpideiras oficiais do regime, mas perante as dificuldades temos é de dizer como é que as vamos ultrapassar”, afirmou Costa, citado pelo jornal online Observador.
O governante lembrou que o próximo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) prevê verbas para reforço dos equipamentos de diagnóstico neste tipo de unidades de saúde, bem como para as vertentes de saúde oral e mental, para que sejam novas valências do SNS.
Já a ministra da Saúde salientou que estão previstos 466 milhões de euros para alocar à área da saúde nos próximos anos.
“Há ainda portugueses sem equipa de saúde familiar? Há, mas estamos cá para cuidar que isso seja ultrapassado”, garantiu Marta Temido, deixando ainda um agradecimento “muito profundo e sentido” àqueles que “fizeram o 25 de Abril e que lutaram para que aqueles que chegam aos cuidados de saúde não tenham de fazer prova de capacidade financeira para avançar”.
“Estar aqui hoje é uma forma também de homenagear os pais fundadores do SNS. Temos imenso orgulho em poder contar com todos aqueles que – todos os dias – vestem as suas batas, calçam as suas socas, põem os seus estetoscópios e trabalham nas centenas de unidades do SNS”, afirmou a governante, citada pelo mesmo jornal digital.
“São milhares de homens e mulheres que abdicaram de escolhas mais confortáveis para estar a fazer aquilo que estão a fazer. A pandemia reforçou a nossa confiança na força do nosso SNS”, disse ainda.
Cerca de três dezenas de pessoas concentraram-se num dos portões que dá acesso ao novo Centro de Saúde, protestando contra a falta de médicos de família no concelho e a reivindicar a construção de um novo hospital. “Novo edifício, problemas velhos”, gritavam os populares.
ZAP // Lusa