Em Leiria e Castelo Branco as estruturas locais do PSD mostraram-se descontentes com as escolhas de Rui Rio para a corrida às autárquicas e imputam os resultados de outubro à direção nacional do partido.
Ainda no início de 2021, Rui Rio fez saber que chamara a si o processo, à semelhança do que aconteceu com outros municípios do país que o PSD identificara como pontos-chave para recuperar.
Em Leiria, foram convidadas várias figuras de âmbito nacional, mas nenhuma delas aceitou encabeçar a lista.
O médico Hélder Roque, ex-administrador do Centro Hospitalar de Leiria, chegou a ser dado como certo, mas acabou por recusar liderar a candidatura.
Com a escolha de Álvaro Madureira na mira, um grupo de meia centena de militantes dirigiu uma carta aberta ao presidente do partido mostrando-se contra a decisão.
Os “laranjas” defenderam que Madureira “jamais colocou no centro da sua atividade quer os interesses da população do concelho quer os interesses do PSD”.
Segundo o Diário de Notícias, Rui Rio terá recebido a carta, mas nunca respondeu aos militantes em causa.
Por outro lado, também a comissão política distrital contestou a escolha de Álvaro Madureira para candidato a Leiria.
Já em Castelo Branco, a autarquia está nas mãos do PS, mas também aqui o PSD quer ganhar terreno.
No entanto, ao contrário da vontade das estruturas locais, que queriam avançar com Carlos Almeida, candidato nas autárquicas de 2017 e vereador, Rio impôs o nome de João Belém, antigo deputado e professor aposentado que foi durante anos membro da distrital e concelhia locais do partido.
“Não tive qualquer tipo de justificação para a escolha”, diz ao DN o presidente da Distrital de Castelo Branco do PSD, Luís Santos, que lembra que dos nove nomes propostos para as autarquias do distrito, só o de Carlos Almeida não foi homologado.
O dirigente assume que “a partir do momento em que o candidato está escolhido, o processo está terminado”, mas alerta que “o resultado de Castelo Branco será assumido pela direção nacional”.