A camisola poveira, peça de artesanato da Póvoa de Varzim, nunca se vendeu tanto como agora. As vendas dispararam à boleia da polémica apropriação do modelo pela estilista norte-americana Tory Burch que o comercializou como sendo um design seu.
“O número de encomendas ultrapassa em muito os números habituais”, revela ao Correio da Manhã (CM) uma fonte da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, referindo “mais de 300 pedidos” de países tão distantes como Austrália, Suécia e EUA.
“A última encomenda foi para Telavive, Israel“, aponta a mesma fonte.
Um sucesso que surge depois de a camisola poveira ter tido muito destaque na sequência da “apropriação” feita pela estilista Tory Burch. A norte-americana teve exemplares da camisola à venda no seu site, anunciando-os como designs da sua autoria.
Para alimentar este interesse pela camisola poveira, a autarquia acaba de lançar a plataforma digital Marketplace – É bom comprar aqui.
Trata-se de “uma Amazon à nossa dimensão”, de acordo com as palavras do presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, Aires Pereira.
A plataforma digital desenvolvida numa parceria entre a autarquia e uma empresa vai funcionar através de uma app de download gratuito e que permite fazer compras à distância.
No fundo, é uma forma de “abrir um mercado para além das fronteiras do concelho“, atesta ainda Aires Pereira.
Receitas das vendas vão todas para os artesãos
A app vai permitir juntar “os artesãos poveiros que produzem a camisola poveira e os clientes que têm interesse em adquirir um modelo original”, anuncia a Câmara Municipal em comunicado.
Aires Pereira reforça que a ideia é “estabelecer uma ponte entre aqueles que querem ter acesso a este artigo tão único e os que querem ter condições para poder produzir e exportar uma peça tão especial”.
O autarca trata de notar que “a promoção da compra da camisola poveira é uma ode à história e herança cultural do concelho” e “uma forma de valorizar e dignificar o trabalho meritório desenvolvido pelos artesãos locais há mais de 150 anos”.
A receita das vendas das camisoals “reverte a 100% para os artesãos responsáveis pela produção”, anuncia ainda a autarquia.
Mas a montra digital também está aberta a outros empresários e produtos manufacturados na Póvoa de Varzim, com o intuito de ajudá-los a adaptarem-se “às dificuldades impostas pela pandemia através da digitalização do seu negócio”, como frisa a autarquia.
Para promover a adesão à app, o município vai oferecer um cartão de descontos para a plataforma aos residentes.
É “um cartão tão simples como um cartão de crédito”, segundo Aires Pereira, que revela que vai chegar às casas dos munícipes com um desconto de 5% na factura da água de Fevereiro. Um incentivo extra para levar os poveiros a aderirem à plataforma de compras online.
Em vez de processarem a Tory Burch, talvez seja melhor fazê-la cidadã honorária da Póvoa!
Afinal a ladra também tem o seu mérito. O município da Póvoa tem que a chamar para ser condecorada!
Não te preocupes que um qualquer autarca ergue-lhe uma estátua junto àqueles mamarrachos que em tempos idos permitiram construir, e pelo meio ainda saca o dele.
Um mamarracho de preferência no meio de uma rotunda! São lindas algumas destas obras de arte deixadas por alguns dos nossos mais distintos autarcas!
“A receita das vendas das camisoals”, corrigir