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Toma da vacina contra a covid-19 vai poder ser agendada online

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Christian Bruna / EPA

A vacinação em massa contra a covid-19 prevê que as próprias pessoas a vacinar possam auto agendar a toma da vacina com a sua inscrição numa plataforma digital, adiantou a task force que coordena este processo.

“Para além do processo de agendamento por mensagem SMS, chamadas telefónicas e cartas atualmente em uso, está previsto implementar-se um procedimento de auto agendamento, através de uma plataforma digital, onde as pessoas podem marcar diretamente a sua vacinação”, referiu a mesma fonte à agência Lusa.

Segundo a estrutura liderada pelo vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, os 150 Centros de Vacinação Covid-19 (CVC), que deverão estar em funcionamento no segundo trimestre, estão a ser projetados para “um mais fácil acesso das pessoas”, com a sua localização a ser definida em articulação entre as administrações regionais de saúde, os agrupamentos de centros de saúde e as autarquias.

“As autarquias, em articulação com a task force e as administrações regionais de saúde, são responsáveis pela montagem dos CVC, sendo uma entidade fundamental no processo de vacinação”, salientou a mesma fonte.

Para concretizar o plano de vacinação em massa, a task force prevê que sejam necessários cerca de 2.500 enfermeiros, 400 médicos e 2.300 auxiliares, num total de cerca de 5.200 profissionais a distribuir pelos 150 centros espalhados pelo país.

Segundo dados do Portal da Transparência do Ministério da Saúde, o Serviço Nacional de Saúde tinha ao seu serviço um total de 147.075 profissionais de saúde em janeiro – dos quais 31.406 médicos e 48.739 enfermeiros – mais 9765 do que em março de 2020, quando teve início a pandemia da covid-19 no país.

Este processo dos recursos humanos para o CVC “está a decorrer, em articulação com o Ministério da Saúde, a task force, as autoridades regionais de saúde e as autarquias”, avançou ainda a estrutura que coordena o plano de vacinação.

Sobre as metas a atingir com os CVC, alguns dos quais já em funcionamento, a task force reitera que está dependente do número de vacinas que Portugal receber, tendo sido definido o objetivo de vacinar cerca de 100 mil pessoas por dia.

“Havendo mais vacinas disponíveis, estima-se chegar, no próximo trimestre, a um ritmo de vacinação que poderá vir a atingir, em alturas de pico, as 150 mil inoculações num só dia”, adiantou a estrutura.

Como referência, a Direção-Geral da Saúde recomendou que os CVC sejam constituídos por um ou mais módulos de vacinação, cada um com cinco postos de vacinação e cinco enfermeiros, e com a capacidade de vacinar cerca de 50 pessoas por hora.

De acordo com os dados disponibilizados pela task force no último domingo, ainda faltava vacinar 300 mil pessoas da primeira fase em todo o país.

Task force pondera incluir doentes mentais graves

Segundo o semanário Expresso, a task force está a ponderar incluir doentes mentais graves na próxima fase prioritária de vacinação, depois do pedido feito pelo Programa Nacional para a Saúde Mental para incluir pessoas com esquizofrenia e bipolaridade.

O diretor desse programa, Miguel Xavier, disse ao jornal que este “pedido conjunto”, feito também com o Colégio de Psiquiatria da Ordem dos Médicos, foi formalizado “há cerca de duas, três semanas”, mas que, para já, ainda não obteve resposta.

Porém, há abertura por parte da task force para responder de forma positiva a este pedido pois, na resposta enviada ao Expresso por esta equipa e pela DGS, pode ler-se que, “está a ser realizada uma revisão (…), quer no estabelecimento de critérios adicionais de priorização, quer na inclusão de novas doenças”.

As autoridades responsáveis disseram ainda que essa revisão “está a ser desenvolvida pela comissão técnica de vacinação contra a covid-19” e “inclui a patologia mental”.

De acordo com Miguel Xavier, em causa está a vacinação de mais 250 mil pessoas, com doença mental grave, como esquizofrenia e doença bipolar, que pelo facto de tomarem fármacos antipsicóticos “têm maior risco do que a população em geral”.

Além disso, justifica, são doentes que “têm maior risco” de ser infetados, uma vez que, “em fase aguda, de descompensação, não cumprem tão bem as medidas de confinamento e distanciamento social”.

Quanto às pessoas com doença mental que se encontram institucionalizadas em instituições públicas e do setor social, que se estima serem cerca de três mil no total, o diretor do Programa Nacional para a Saúde Mental adianta que já foram todas vacinadas.

“Guardas prisionais do continente estão vacinados”

“O processo de vacinação em curso na área da Justiça, nomeadamente nos serviços prisionais, está a correr muito bem. Neste momento já há cerca de 8.800 vacinas aplicadas, o que significa que, ao nível do continente, os guardas prisionais estão todos vacinados, há 4.000 pessoas que fizeram já uma segunda dose”, disse aos jornalistas a ministra da Justiça.

Francisca Van Dunem avançou ainda que, no sistema prisional, estão já vacinados “todos os cidadãos inimputáveis e começou agora uma segunda fase para reclusos com problemas de saúde”.

Também presente na conferência de imprensa, o ministro da Administração Interna fez um balanço da vacinação na área da segurança interna. Eduardo Cabrita disse que foram vacinados cerca de 16 mil bombeiros e 20 mil elementos das forças de segurança (10 mil na GNR e 10 mil na PSP).

O ministro sublinhou que as prioridades definidas foram associadas “exatamente à dimensão operacional”, tendo sido dada primazia “a quem está na rua” e tem “função de patrulheiro ou garante da verificação do cumprimento das regras em matéria de estado de emergência”.

Segundo os mais recentes dados da DGS, Portugal tem atualmente 1.641.946 pessoas vacinadas: 1.169.676 com a primeira dose e 472.270 com a segunda dose.

O coordenador da task force responsável pelo plano de vacinação estimou que em abril seja possível vacinar 100 mil pessoas por dia, atendendo às remessas de vacinas que Portugal deverá receber no segundo trimestre.

Se neste primeiro trimestre Portugal recebeu menos de dois milhões de vacinas, a previsão para o segundo trimestre é de nove milhões de vacinas, das quais 1,8 milhões em abril e as restantes nos dois meses seguintes.

Além das vacinas da Pfizer, da Moderna e da AstraZeneca que já estão a ser administradas, Portugal deve receber na segunda metade de abril as primeiras vacinas da Janssen, de toma única, de um lote de cerca de 1,25 milhões que está previsto chegar ao longo do segundo trimestre.

ZAP // Lusa

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