O Ministério da Defesa de Moçambique confirmou, numa declaração à imprensa, um ataque armado à vila de Palma, apontando que “as forças de defesa e segurança estão a perseguir o movimento do inimigo e trabalham incansavelmente para restabelecer a segurança e a ordem com a maior rapidez”.
Omar Saranga, porta-voz do Ministério da Defesa moçambicano, referiu que o ataque realizado por grupos armados começou às 16h15 (14h15 em Lisboa) de quarta-feira, hora em que “terroristas atacaram a vila de Palma em três direções: cruzamento de Pundanhar – Manguna, via de Nhica do Rovuma e o aeródromo”.
O coronel admitiu ainda que as comunicações com Palma estão interrompidas, não havendo, até ao momento, informação sobre vítimas e danos causados.
O Ministério da Defesa apela para a população “se manter vigilante e serena enquanto procura espaços seguros”, pedindo colaboração com as autoridades, “denunciando os terroristas e homens armados para a sua neutralização”.
Várias fontes disseram à agência Lusa que a população estava a abandonar a vila e a refugiar-se na mata, cenário também confirmado pelo Ministério da Defesa. Segundo o jornal Público, muitos fugiram de barco em direção a Pemba.
Ainda segundo testemunhos, trabalhadores de diferentes nacionalidades ligados a obras na região de Palma, onde decorrem os projetos de gás do norte de Moçambique, fugiram juntamente com a população após o ataque de grupos armados à sede de distrito, segundo testemunhos. A vila acolhe várias empresas e pessoal devido aos investimentos ali em curso.
De acordo com o semanário Expresso, o ataque aconteceu um dia depois de a Total e o Governo moçambicano terem anunciado o regresso gradual à atividade nas instalações de liquefação de gás na península de Afungi.
A petrolífera tinha anunciado, em comunicado, que o Projeto Mozambique LNG iria retomar as atividades de construção no local de forma progressiva, na sequência da adoção de medidas de segurança adicionais.
O número de trabalhadores afetados e nacionalidades é incerto, mas algumas fontes relataram à Lusa a situação em Palma, que até aqui tinha sido poupada a três anos e meio de insurgência armada em Cabo Delgado, que está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes.
ZAP // Lusa
E quem serão os alegados terroristas? Povos locais que lutam pelos seus direitos ou muçulmanos fundamentalistas que foram para lá à semelhança dos que foram para o reino unido ou França?