A polícia moçambicana encontrou 12 corpos decapitados na vila de Palma, no norte do país, que acredita serem de homens estrangeiros vítimas do ataque dos terroristas no passado dia 24 de março.
“Eram brancas, 12 pessoas de raça branca. Eram todos estrangeiros, não sei, não posso dizer as nacionalidades”, afirmou à Televisão de Moçambique Pedro da Silva, comandante da polícia local, citado pelo jornal Público.
O responsável enterrou os corpos junto ao Hotel Amarula, local onde se refugiaram muitos estrangeiros e figuras da administração local no dia do ataque dos terroristas a Palma.
O porta-voz do Teatro Operacional Norte, o brigadeiro Chongo Vidal, também confirmou esta informação ao mesmo canal, tendo revelado que já foi chamada ao local, com carácter de urgência, uma equipa forense.
Esta quinta-feira, depois de uma cimeira extraordinária em Maputo, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), composta por Moçambique, Malawi, Tanzânia, África do Sul, Botswana e Zimbabwé, decidiu enviar uma equipa técnica, “com caráter imediato”, para a avaliação das necessidades do país no combate ao “terrorismo”.
Vários países têm oferecido apoio militar no terreno para combater os insurgentes, mas, até ao momento, ainda não existiu abertura do Governo moçambicano para isso. No entanto, o Executivo já pediu o reforço do controlo fronteiriço por parte dos vizinhos.
Entre as “medidas concretas que os países da SADC devem implementar para o combate ao terrorismo está o reforço do controlo fronteiriço entre os países”, declarou Filipe Nyusi, que falava durante a Cimeira Extraordinária da Dupla Troika da SADC.
“São os nossos cidadãos que se juntam aos cidadãos de outros países, com estes usando falsas identidades, para moverem ações de terrorismo nos nossos países, o que demonstra a importância na partilha de informações entre os Estados”, afirmou ainda.
Nyusi enfatizou que a organização deve implementar “ações práticas para combater este flagelo” para impedir a sua “expansão e desestabilização da região”.
ONU atualiza número de deslocados para 12,8 mil
Desde que se registou o ataque, “quase 12.800 pessoas, das quais 43% são crianças, chegaram aos distritos de Nangade, Mueda, Montepuez e Pemba” e “espera-se que muitas mais pessoas ainda estejam em movimento, à procura de segurança e assistência”, disse Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, numa conferência de imprensa em Nova Iorque.
O número representa uma subida desde terça-feira, quando a Organização das Nações Unidas contava cerca de 11 mil pessoas fugidas de Palma.
A organização está a tentar apoiar a população de diversas formas e, desde o início do ano, a assistência humanitária terá chegado a cerca de 500 mil pessoas na província de Cabo Delgado.
Dujarric acrescentou que a ONU e parceiros internacionais estão “a seguir de perto e com profunda preocupação” novos relatos de violência contra civis, “incluindo alegadas decapitações e relatos não verificados de uso de crianças-soldado”.
O porta-voz de António Guterres argumentou que “é extremamente difícil verificar informações sobre estes incidentes”. A preocupação da ONU é sobre a situação “dos civis que fugiram da violência e daqueles que permanecem em Palma”, segundo o porta-voz.
Numa carta assinada por António Guterres aos eurodeputados socialistas Carlos Zorrinho e Isabel Santos, datada de 1 de abril, o secretário-geral da ONU mostrou-se profundamente preocupado “com a possibilidade de grupos extremistas [estarem] a atuar em território moçambicano e se estarem a tornar numa grave ameaça regional“.
O secretário-geral diz que a equipa da ONU em Moçambique está a trabalhar com o Governo local para “ajudar a abordar as causas profundas da violência e responder às necessidades humanitárias imediatas”, realçando também que o “plano de resposta humanitário requer urgentemente 254,4 milhões de dólares para poder atender a 1,1 milhões de pessoas”.
O secretário-geral da ONU respondia assim a uma carta que lhe tinha sido endereçada pelos dois eurodeputados do PS, a 19 de novembro de 2020, na qual apelavam a um “envolvimento mais profundo da União Europeia e da ONU” na resposta aos ataques no norte de Moçambique.
Frisando que “partilha a preocupação” de Carlos Zorrinho e Isabel Santos “quanto à situação de segurança em Cabo Delgado, que se agudizou nos últimos dias”, Guterres defendeu que “ataques contra a população civil são inaceitáveis e os seus autores devem ser responsabilizados”.
ZAP // Lusa
Massacre em Palma
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9 Abril, 2021 “Eram todos estrangeiros”. Encontrados 12 corpos decapitados em Palma
Racismo?
Ai jesus se 12 africanos fossem encontrados decapitados nos EUA ou Europa.
Seria manchete do seculo, como são brancos só passa em rodapé.
Verdade!
Comparar os EUA e principalmente a Europa com Moçambique é mesmo de alguém completamnete a leste da realidade!….
Ai é?
Então porque?
Não somos todos iguais?
O que estas a insinuar?
Que existem povos privilegiados?
E que uns têm passe livre para fazer o que querem?
Se achas que o nível de desenvolvimento de Moçambique é comparável com os dos EUA ou a Europa está tudo dito….
Mas vou pela tua retórica retrograda.
12 Africanos encontrados decapitados na Bósnia no Bangladesh o na China.
Tapadinho..
Já agora, pensava que os EUA são o pais mais racista do mundo, onde até os policias matam africanos à luz do dia sem qualquer punição..
Miguel, eu concordo consigo! O caso mais flagrante foi o barulho que uns fizeram em Portugal, vindo em manifestação para as ruas, por causa do negro norte-americano morto por polícias brancos norte-americanos, na América do Norte. Essas mesmas pessoas nem pisaram quando polícias brancos portugueses mataram um ucraniano em Portugal. A diferença é que o ucraniano era branco.
Só discordo quando, em vez de dizer negros, diz africanos. É que há negros e brancos africanos, como há europeus brancos e negros. Além de amarelos.
Que confusão para aí vai…