Lídia Brás Dias, vereadora e número dois do CDS em Braga, pediu a demissão na semana passada após divergências com a estrutura local do partido.
A direção do CDS-PP não tem sido alheia a demissões nos últimos tempos e, esta última semana, voltou a sofrer mais uma baixa no núcleo duro do partido. Lídia Brás Dias, vereadora e número dois do CDS em Braga, apresentou a demissão de vogal da comissão executiva de Francisco Rodrigues dos Santos.
Em causa estão divergências com a estrutura local relativamente às eleições autárquicas. Devido a conflitos internos, Lídia Brás Dias mostrou-se indisponível para voltar a integrar a lista do partido à Câmara Municipal de Braga.
“Estar numa comissão executiva obriga-nos a um conjunto de disponibilidades e a luta autárquica é uma luta que eu não estou disponível para abraçar”, explicou a vereadora ao Expresso, invocando motivos “pessoais” e de “política partidária local” para justificar a saída.
A demissão foi formalmente apresentada na quarta-feira passada, sendo que Lídia Brás Dias já tinha dado sinais de que queria sair em outubro do ano passado.
Na onda de saídas da direção do CDS-PP, em fevereiro, Altino Bessa e João Medeiros também eram do mesmo distrito e ambos pertenciam ao movimento Juntos Pelo Futuro, liderado por Filipe Lobo d’Ávila.
Lisboa pode também ser um foco de instabilidade no partido. Embora a concelhia tenha indicado o nome de João Gonçalves Pereira para integrar a lista de Carlos Moedas, Filipe Anacoreta Correia é visto internamente como um nome forte. Diogo Moura, líder da concelhia centrista, foi também indicado pelos órgãos locais e a direção não se deverá opor.
Segundo o Expresso pôde apurar, a lógica da direção passa primeiro por apurar os lugares a que o partido terá direito na lista de Carlos Moedas e só depois escolher os nomes que a vão integrar. A lei da paridade, que exige 40% de representação feminina na lista, pode ser importante nas negociações.