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Especialista indica que Rt pode subir para 1 antes da Páscoa

Sebastião Moreira / Lusa

Portugal é o país da UE que se encontra com a pandemia numa fase mais controlada. Contudo, Carlos Antunes frisa que o Rt pode voltar a 1 antes da Páscoa. Terça-feira há reunião no Infarmed.

Carlos Antunes, investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que faz também a modelação da epidemia com o epidemiologista Manuel Carmo Gomes, um dos especialistas do grupo de trabalho que traçou as linhas vermelhas do desconfinamento, diz ao Jornal i que, com a tendência atual, o Rt mantém-se a convergir para 1 e é possível que atinja esse nível antes da Páscoa – já no final da próxima semana.

No momento em que o Rt atingir o 1, deixa de haver uma tendência de descida de casos, entrando-se num patamar de estabilização da epidemia, diz o investigador.

No entanto, com o nível de incidência é baixo, isso é agora menos problemático do que era em janeiro, em que a preocupação foi trazer o Rt para baixo de 1 para esmagar a curva de infeções.

Ainda assim, com a iminência do índice de transmissibilidade subir, Carlos Antunes sublinha que as propostas feitas foram no sentido de manter o crescimento controlado, concordando que ver o impacto da abertura das escolas a partir da próxima semana permitirá uma melhor fotografia do desafio que o país enfrenta.

“Se o início de desconfinamento não acarretar um significativo aumento de transmissão, o que pensamos é que o Rt poderá estabilizar em torno de 1, por exemplo como tivemos no início de dezembro. Pode também acontecer como aconteceu em alguns países em que oscila, acima e abaixo de 1, mas existe um controlo e não se deixa que a epidemia alastre”, refere.

O especialista alerta que “se a vigilância se mantiver, se isolarmos precocemente os infetados, são mecanismos que compensam o desconfinamento e evitam uma replicação da infeção”.

De recordar que o Governo estabeleceu uma matriz de risco que foi dividida por cores e servirá de base de avaliação da reabertura. O gráfico tem em conta dois indicadores: a incidência cumulativa a 14 dias (com um limite de 120 novos casos por 100 mil habitantes) e o índice de transmissibilidade que terá de manter-se abaixo de 1.

Para esta semana está já marcada uma reunião no Infarmed onde será feita uma primeira avaliação do plano de desconfinamento, sendo ainda cedo para conclusões definitivas.

ZAP //

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