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Em França, livrarias e lojas de discos são agora “comércio essencial”

O decreto de lei do Governo francês, publicado na última sexta-feira, incluiu as livrarias e lojas de discos na lista do chamado “comércio essencial”, podendo permanecer abertas em caso de confinamento.

Em declarações à agência France-Presse, a ministra da Cultura francesa, Roselyne Bachelot, congratulou-se com esta decisão. “As livrarias são comércios essenciais. Nunca tivemos dúvidas sobre isso”, afirmou.

Apesar de terem estado totalmente fechados no primeiro confinamento, a governante lembrou que no segundo estes estabelecimentos já podiam entregar os produtos à porta, quando os clientes optavam por comprar online e escolhiam a opção “click and collect”. Bachelot também destacou que puderam beneficiar da gratuitidade dos portes do correio, o que “permitiu a manutenção da sua atividade”.

Agora, com o novo decreto de lei, explica a cadeia de rádio francesa France Info, as livrarias poderão estar abertas ao fim-de-semana, entre as 06h00 e as 18h00, mesmo com as novas restrições em várias cidades do país devido ao aumento de casos de covid-19.

Anne Martelle, presidente do sindicato das livrarias francesas, disse à rádio estar “muito feliz” com esta decisão do Governo, que era “necessária por dois motivos”.

“Primeiro porque, economicamente, as livrarias são o negócio menos lucrativo em França. Portanto, são negócios extremamente frágeis e a menor das perturbações pode resultar em falência. Segundo porque nas livrarias temos acesso ao conhecimento“, explicou.

Em Portugal, recorde-se, estas lojas continuam encerradas, não podendo sequer vender ao postigo. O Governo autorizou, recentemente, o comércio de livros e de material escolar apenas nos estabelecimentos que comercializam outros bens considerados essenciais, como é o caso de supermercados e hipermercados, mas também de lojas como a Fnac.

Na semana passada, a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) defendeu que “é urgente reabrir as livrarias” e que estas “são, não só pelo peso comercial que têm, a rampa de lançamento determinante para qualquer livro”.

“O nosso desafio não é fechar ou condicionar as livrarias ou outros pontos de venda, antes pelo contrário, é criar condições para que todos possam desenvolver a sua atividade em prol de um objetivo comum, a divulgação da leitura e do livro”, afirmou a APEL.

Filipa Mesquita, ZAP //

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