De acordo com um novo estudo, a mistura de bactérias benéficas transmitidas pelo leite materno muda significativamente com o tempo. Este pode atuar como uma injeção de reforço diário para a imunidade e metabolismo infantil.
Os investigadores descobriram uma variedade de espécies de microbiomas nunca antes identificadas no leite humano, avança o Futurity.
Até agora, pouco se sabia sobre o papel que as bactérias do microbioma desempenhavam no leite materno. O estudo sugere que essas bactérias protejam o trato gastrointestinal infantil e melhorem os aspetos da saúde a longo prazo, como a prevenção de alergias.
“Algumas espécies bacterianas que observamos na nossa amostra de leite materno tinham uma função comum na destruição de substâncias estranhas e poderiam desempenhar um papel na proteção contra toxinas e poluentes”, diz o co-autor Emmanuel Gonzalez.
Para saber mais sobre o microbioma do leite humano, os cientistas analisaram amostras deste através do uso de tecnologia de imagem de alta resolução.
A equipa analisou amostras de leite materno de mães maias que viviam em oito comunidades rurais remotas nas Terras Altas Ocidentais da Guatemala. Isso deu-lhes uma grande janela temporal para observar o microbioma do leite humano, especificamente entre o início e o fim da lactação.
Quase todas as mães amamentam durante o período recomendado de seis meses. “Este tempo de alimentação mais longo permitiu-nos observar mudanças importantes nas bactérias fornecidas aos bebés ao longo do tempo, o que pode afetar a saúde a longo prazo”, diz Gonzalez.
“Estudar microbiomas de diversas comunidades é importante para entender a variação presente nos humanos”, diz a co-autora Kristine Koski. Os investigadores pretendem que estas descobertas possam ajudar a encorajar novas pesquisas mais robustas.
O estudo, publicado na Frontiers in Microbiology a 12 de fevereiro, tem implicações importantes no conhecimento sobre desenvolvimento e saúde infantil.