Chumbos no Internato Médico de Saúde Pública geram descontentamento

Na segunda época das provas finais de Internato Médico em Saúde Pública, em setembro do ano passado, três candidatos desistiram e cinco chumbaram.

Segundo o Diário de Notícias, na primeira época das provas finais de Internato Médico em Saúde Pública, ocorrida em junho de 2020, todos os 24 candidatos passaram. Porém, o mesmo não se pode dizer da segunda fase, realizada em setembro, na qual, dos 12 candidatos, três desistiram e, dos nove que fizeram o exame, cinco chumbaram.

Fontes não especificadas disseram ao jornal que “foi uma razia” e que, apesar de sempre ter havido alguns chumbos, “a média era de um a dois candidatos por época”. Para já, apenas uma das candidatas não aceitou a nota recebida e avançou com uma ação em contencioso para que a situação seja revertida.

Em declarações ao DN, Ricardo Mexia, presidente da Associação Portuguesa dos Médicos de Saúde Pública (ANMSP), confirmou que “alguns dos colegas internos” manifestaram desagrado face às avaliações, sobretudo porque a especialidade é cada vez mais fundamental no combate à pandemia e há “uma falta tremenda de médicos nesta área”.

Mexia recordou ainda que a época de setembro “foi marcada à pressa” e que “os candidatos foram notificados em cima da hora e podem não ter tido tempo para se prepararem”.

O responsável da ANMSP espera que esta “não seja a fatura que os internos da especialidade, que têm estado a trabalhar em força no olho do furacão, venham a pagar pela falta de tempo para se preparem para os exames finais e para concluírem os estágios em que estão integrados”.

Já o médico Mário Jorge Santos, um dos coordenadores de internato, também em declarações ao diário, afirmou que “não se pode aprovar internos só para preencher vagas” e destacou que “os internos têm de estar preparados para serem especialistas”.

Questionada pelo DN sobre as notas baixas, a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) referiu que estas resultam de “uma avaliação desenvolvida por médicos especialistas da mesma área, e que, desta forma, vai ao encontro das competências técnicas a que só os próprios médicos poderão dar resposta“.

ZAP //

 

 

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