A empresa promotora de um parque de painéis fotovoltaicos a construir na herdade da Torre Bela, no concelho da Azambuja, diz que montaria não afeta estudo de impacto ambiental.
De acordo com os esclarecimentos prestados à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a Quinta da Torre Bela tem ainda cerca de cem animais de grande porte. Os proprietários comprometem-se a manter estes efetivos com vista a uma gestão sustentável de zona de caça turística.
Segundo a TSF, o processo de avaliação ambiental do projeto foi agora retomado no seguimento de uma decisão unânime das diferentes entidades que fazem parte da comissão de avaliação.
Atualmente, “existem cerca de uma centena de exemplares de espécies cinegéticas de grande porte. A montaria que teve lugar na Quinta da Torre Bela reduziu fortemente o número de animais face ao último censo, efetuado em 2017, sendo que os efetivos após a montaria estão predominantemente na zona localizada a nascente, fora da zona do Estudo de Impacto Ambiental e que desde o início foi reservada para os animais e condicionada ao Projeto”, lê-se no documento.
Os esclarecimentos concluem, no entanto, que a montaria e o abate de mais de 500 animais “não implicam alterações estruturais no Estudo de Impacto Ambiental” apresentado inicialmente.
Tal é justificado por estarem em causa “espécies cinegéticas com reduzido interesse do ponto de vista de conservação da natureza e biodiversidade”, “não estando em causa populações da fauna portuguesa com interesse ecológico”, que não podem voltar a ser libertadas em áreas naturais.
O documento avança ainda que o promotor dos painéis e a proprietária fecharam um “compromisso de manutenção dos restantes animais na tapada em conformidade com as condições que o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) venha a definir após a conclusão das suas diligências”.
A TSF escreve ainda que a proprietária promete fazer um censo detalhado dos animais que restam na Quinta da Torre Bela e reabilitar uma vedação para que possam “habitar na restante área da Zona de Caça Turística, sem conflitos com as centrais fotovoltaicas”.
O processo de consulta pública do projeto foi suspenso no final do ano passado depois de ser conhecida a caçada que resultou na morte de mais de 500 animais. O caso está a ser investigado pelo Ministério Público.